Como, Medir nossos, Dilemas econômicos? Medindo, tudo!

Métricas precisam ser aprimoradas continuamente, pois influenciam comportamentos e decisões, considerando fatores como bens representativos, senso de realização, dilemas humanos, infra-estrutura produtiva e investimento em capital.

Numa reflexão sobre o termo Medir, percebi a importância de considerar a dimensão de algo antes de tomar decisões. A Medir de nossas ações pode ser um passo fundamental para melhorar o desempenho e alcançar os objetivos estabelecidos.

Na verdade, a palavra Medir tem uma história interessante. Se dividirmos em partes, Medir pode ser vista como uma combinação de “econ-” (derivado de “economia”) e “-metria” (do grego “metron”, que significa Medir). Esse termo é usado para indicar a quantificação ou Medir de algo, o que é crucial em muitos campos, incluindo a Finanças, a Administração e a Economia.

Medir tudo é possível!

A felicidade é uma experiência subjetiva que pode ser influenciada por vários fatores, entre eles o propósito e o prazer. Ao considerar a felicidade como uma função desses dois componentes, podemos entender melhor como medir seu impacto. O propósito, por exemplo, se refere a atividades que proporcionam uma sensação de realização de longo prazo, conectando-se ao conceito de utilidade, onde a satisfação não vem apenas do consumo imediato, mas também de investimentos em atividades que geram valor futuro, como educação, carreira ou ações altruístas.

A prática do dia-a-dia colide com o desejo de um propósito essencial, retratado na linda chamada ‘seasons of love’. Nesse contexto, as medidas são fundamentais para revelar nossos conflitos e escolhas. Ao medir, percebemos o conflito entre curto e longo prazo como um dilema humano contemporâneo. Isso é ilustrado pela inflação, que não apenas mede a variação de preços, mas também reflete as mudanças nos hábitos de consumo ao longo do tempo, por meio de uma cesta de bens representativos. No passado, por exemplo, serviços de telefonia móvel não faziam parte dessa cesta de bens para medir a inflação, pois os celulares não existiam, mas hoje é fundamental, demonstrando como as métricas econômicas precisam evoluir para acompanhar as transformações na sociedade.

Além de medir, é preciso aprimorar essas métricas continuamente, já que elas influenciam comportamentos e decisões. Um exemplo significativo é o crescimento econômico. Frequentemente utilizado como um indicador de progresso, ele gera desafios quando confrontado com questões de sustentabilidade ambiental ou com os dilemas de curto prazo, como a inflação. Um crescimento econômico acelerado, sem investimentos adequados em capital humano e infraestrutura produtiva, tende a pressionar os preços para cima, pois a oferta não consegue acompanhar a demanda crescente.

Nesses casos, a política monetária pode ter que intervir com taxas de juros mais altas para controlar a inflação, resultando em um crescimento econômico frágil e insustentável. A chave para um crescimento sustentável está na produtividade, se pode aumentar se houver investimento em capital humano (educação) e tecnologia. Quando se trata de meio ambiente, a questão se torna ainda mais urgente, exigindo novas formas de mensuração. O crescimento econômico geralmente implica um aumento nas emissões de gases de efeito estufa que pode ser medido pela pegada de carbono.

A pegada de carbono é uma métrica que quantifica as emissões de gases de efeito estufa. Essa medida é fundamental para entender melhor o impacto do crescimento econômico no meio ambiente. Ao medir a pegada de carbono, podemos identificar áreas onde há necessidade de redução das emissões e implementar políticas para minimizar o impacto ambiental. Portanto, medir é fundamental para entender melhor o mundo em que vivemos e tomar decisões informadas para o futuro. É preciso aprimorar essas métricas continuamente, já que elas influenciam comportamentos e decisões.

Fonte: @ Valor Invest Globo