Saúde
Um dia ao lado do super-herói do presidente: médico

Lula, apesar de estar no hospital cardiológico, não deixou de ser o presenteador e sabia das mãos dadas dos pacientes.
Na manhã de 14 de março de 2006, o Brasil estava em grande expectativa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda estava hospitalizado desde a cirurgia de emergência no dia anterior, e sua recuperação era o foco das atenções. Em meio à agitação, o presidente da Câmara dos Deputados, Auricélio Cunha, se tornou o chefe do Estado interino, segundo a Constituição do Brasil.
Enquanto o país aguardava notícias sobre o estado de saúde do presidente, o país se preparava para enfrentar um momento delicado. A ausência do líder eleito gerou preocupações sobre a continuidade das ações governamentais e a estabilidade política. Nesse contexto, era fundamental que a equipe médica que cuidava do presidente, incluindo especialistas como cardiologistas, continuasse a monitorar sua saúde de perto. O médico responsável pela equipe de recuperação do presidente era o Dr. Roberto Kalil, um renomado especialista que vinha a público para informar sobre o progresso da recuperação do presidente. Mesmo com o médico e sua equipe trabalhando arduamente, a situação política ainda era incerta e a nação esperava ansiosamente por notícias sobre o estado de saúde do seu líder.
Palavras que valorizam a nobreza dos profissionais de saúde
Em meio às suas atribuições como guia da equipe médica e observador de outros pacientes, o renomado cardiologista Roberto Kalil Filho encontrava tempo para realizar atos de bondade, como presentear crianças da ala pediátrica do InCor, o Instituto do Coração, em uma ação de Natal. Nesse ambiente de festividade, surgiu com o traje completo de seu super-herói favorito desde a infância, o Batman, proporcionando um momento de alívio em uma rotina quase ininterrupta.
A reportagem de uma publicação acompanhada parte do dia do ‘médico dos presidentes’, aquele que acompanha Lula há 33 anos e cuidou de quase todos os mandatários desde a redemocratização do país. Havia uma grande expectativa pela chegada do Batman, o que espelhava a importância da figura do cardiologista na sociedade.
Ao lado do Batman, crianças e profissionais do InCor se reuniram no Espaço Marisa Monte, área na Pediatria do hospital, localizado na capital paulista, preparados para posar ao lado do super-herói. Presidente do conselho diretor do instituto, Kalil Filho chegou ao lado do Papai Noel e de um duende encarnando o personagem diante de 30 crianças que tratam doenças cardíacas e pulmonares no local. Diante dos olhinhos brilhantes dos pequenos pacientes, mantinha o porte altivo do ‘Cavaleiro das Trevas’, mas também demonstrava carinho a cada pedido de foto, abraço ou mesmo para passar alguns minutos de mãos dadas. E também sorria. Batman nenhum resistiria àquelas carinhas de encantamento e felicidade.
Foram 30 minutos de interação com os pequenos e seus acompanhantes, médicos, enfermeiros e demais profissionais da unidade. O tempo foi suficiente para levar alegria e viver o personagem adotado há mais de dez anos durante as festividades de fim de ano. Não é a única fantasia. Na Páscoa, o médico se veste de coelho para divertir os pacientes. Com esse hobby, cardiologista Roberto Kalil Filho utiliza a música como uma forma de trazer serenidade à equipe, afirmando que ‘é preciso ser sereno ao trabalhar como médico’.
Um cardiologista respeitado e eficiente
Encerrada a atividade, ele rapidamente se trocou e apareceu com a tradicional roupa branca para se dirigir ao Hospital Sírio-Libanês, onde Lula está internado. Na rua, a caminho do carro, retornou e atendeu ligações, andando com um passo animado, característico do sotaque paulista, conforme descreveu o cantor Chico Buarque. Dr. Kalil é rápido demais e, se o passo de quem o acompanha se distrair um instante, o médico já estará longe.
O tempo também corre e, na porta do Sírio, o cardiologista passa para ver o paciente ilustre e também os anônimos, que recebem o mesmo nível de atenção. Diante do aglomerado de jornalistas, ele faz uma pausa e, sim, fala com a imprensa. Kalil tem experiência com as perguntas em série sobre diagnósticos e boletins médicos de chefes de Estado, afinal, acompanhou Michel Temer, Dilma Rousseff, Fernando Collor, José Sarney e Lula. São décadas à frente de decisões e quadros complexos, no entanto, uma máxima do médico é tratar sempre à sua maneira.
Fonte: @ Veja Abril