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O que acontece quando os países não respeitam os acordos do G20?
Reunião de chefes de Estado no Rio fixou metas importantes em direitos humanos, mudanças climáticas, combate à fome e redução da desigualdade entre Estados-nações, reforçando posição de liderança.
Em um evento de grande destaque, os líderes do G20 se encontraram no Rio de Janeiro para discutir e firmar acordos internacionais de grande importância para a estabilidade econômica. Essas reuniões são momentos chave para estabelecer parâmetros e diretrizes claras para as economias das nações participantes.
A importância desses encontros G20 não pode ser subestimada, pois os acordos firmados na sua reunião podem ter impactos significativos nas economias dos países que os assinam. Mesmo sem punições legais, o não cumprimento desses acordos pode levar a uma perda de credibilidade internacional, o que pode ter consequências negativas no longo prazo. Além disso, essas discussões também abordam temas como meio ambiente e cooperação, reforçando a importância da colaboração internacional para resolver problemas mundiais.
Importância do G20 na luta contra fome, mudanças climáticas e desigualdade
Durante a presidência do G-20 no Brasil, o foco foi direcionado para a luta contra a fome, as mudanças climáticas e a desigualdade. Foto: Pedro Kirilos/Estadão.
Com a reunião de líderes das maiores economias do mundo na cúpula do G20, assuntos importantes foram discutidos e transformados em acordos firmados pelos líderes que participaram do encontro no Rio de Janeiro.
Compromissos firmados e punição por não cumprimento
Mas qual é a importância prática do cumprimento dos pactos pelos países do G20? É possível haver punição para aqueles que assinam um acordo, mas não seguem as medidas estabelecidas?
O Terra ouviu especialistas que esclareceram a dimensão dos compromissos firmados durante esta semana.
Dimensão dos compromissos e custo de deserção
A professora do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Chyara Sales, diz que o G20 discute assuntos importantes de maneira diplomática para a sociedade internacional.
‘Quando ele foi criado, em 1999, o objetivo era formar um ambiente para que as 20 principais economias pudessem discutir assuntos econômicos. Ao longo do tempo, esses assuntos foram se alargando para além da economia’, com discussões sobre direitos humanos e mudanças climáticas, por exemplo.
Mas as práticas fixadas são recomendatórias. Os documentos gerados não têm força de obrigação. Não se gera punição caso haja algum descumprimento, explica.
Custo de deserção e posição de liderança
Para a professora, o custo de deserção varia de acordo com o tamanho da importância do Estado-nação. Estados-nações mais hegemônicos têm custos menores. Os Estados Unidos sempre desertaram de certos acordos internacionais e eles têm um custo específico diferente.
Mitigação de mudanças climáticas, incluindo aquecimento global, é prioridade em discussões internacionais. Foto: Daniel Teixeira/Estadão.
Em outras palavras, a posição de liderança mundial de países como os EUA faz com que eles sejam menos punidos por não cumprir acordos internacionais, ao contrário de países menos ricos e influentes.
Chyara explica que este cenário de privilégio não se limita aos acordos do G20, mas se expande por outros encontros de líderes mundiais.
Antes de assumir a posição de liderança que tem hoje, quando a China desertava dos grandes acordos comerciais, ela tinha um forte custo de deserção em cima dela. E algumas ações, inclusive, eram isolacionistas.
Hoje, você vê que é difícil atribuir algum custo à China, pelo próprio peso no comércio internacional que ela tem. Mas, é natural que haja constrangimentos em diferentes ‘tabuleiros de xadrez’, e exista aquele país que não compra de quem se recusa a cumprir alguma coisa.
Fonte: @ Terra