Finanças
O comércio global é um barco sem direção, navegando ondas de incerteza após dados fracos e ameaças.
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertou sobre ameaças ao comércio e alta do índice S&P Global, afetando atividade empresarial na zona euro.
Em meio à instabilidade econômica, as bolsas europeias operam sem direção comum, com os investidores avaliando dados econômicos fracos dentro da zona do euro. A declaração da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sobre possíveis ameaças ao comércio reforça a preocupação com o futuro econômico da região.
As bolsas europeias apresentaram movimentos divergentes, com o índice Stoxx 600 subindo 0,33% a 504,19 pontos, enquanto o Dax de Frankfurt perdia 0,13% a 19.120,31 pontos. O FTSE 100 de Londres subia 0,66% a 8.203,04, e o CAC 40 de Paris perdia 0,29% a 7.192,06 pontos. O índice de gerente de compras (PMI) composto, que mede a atividade empresarial da zona do euro, caiu para 48,1 em novembro, seu menor nível em 10 meses, de 50,0 em outubro. O resultado reflete a incerteza política na França e na Alemanha, bem como as ameaças de tarifas após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, afetando negativamente o comércio e a economia da região.
Conjuntura Econômica: Dados
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, enfatizou a importância da União Europeia (UE) se adaptar às mudanças no cenário econômico global. Em seu discurso, ela alertou que a UE enfrenta desafios significativos, com o comércio se tornando cada vez mais fraco, afetando negativamente a atividade empresarial. Para superar essas ameaças, Lagarde propôs uma abordagem que priorize a inovação e o aumento da produtividade, com o objetivo de estabilizar a zona euro e promover o crescimento econômico.
A presidente do BCE enfatizou a necessidade de a UE se destacar em meio à concorrência global, destacando que a zona euro precisa se fortalecer ainda mais para competir com outras regiões do mundo. Lagarde ressaltou que a UE precisa investir em sua infraestrutura, bem como em tecnologia e inovação para aumentar sua produtividade. Além disso, ela defendeu a criação de uma União Bancária, que permitiria que as instituições financeiras europeias compartilhassem riscos e recursos, tornando-as mais resistentes a choques econômicos.
Lagarde também destacou a importância de estabilizar o mercado de capitais, para que ele possa atuar como um mecanismo eficaz de financiamento para empresas e investidores. Ela defendeu a criação de um fundo de investimento público para apoiar projetos de inovação e produtividade, estimulando assim a atividade empresarial e criando empregos.
O gerente do fundo de investimento S&P Global, Michael Marto, concordou com as ideias de Lagarde, enfatizando a importância de se adaptar às mudanças no mercado de capitais. Ele ressaltou que a UE precisa investir em tecnologia e inovação para aumentar sua competitividade global.
Segundo relatório do Banco Central Europeu, a inflação na zona euro está abaixo do limite superior do objetivo de inflação do BCE de 2%, com uma taxa de 1,5% em março. Além disso, o índice de mercado de ações do S&P Global está em um patamar histórico, com valorização em 47% desde março de 2020.
Lagarde também abordou a questão das compras do BCE, que têm sido um tema de debate na UE. Ela defendeu que o BCE deve continuar a comprar ativos para estabilizar o mercado de capitais e estimular a atividade econômica. No entanto, ela também ressaltou a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre a estabilidade econômica e a responsabilidade fiscal, evitando que o BCE se torne demasiado dependente de suas operações de compra.
Em fevereiro, o BCE adquiriu €24 bilhões em ativos, incluindo €7,5 bilhões de títulos de longo prazo, o que significou uma redução de 40% em relação a janeiro. No entanto, o presidente do BCE, Lagarde, não anunciou planos para diminuir a compra de ativos.
Fonte: @ Valor Invest Globo