Negócios
Governo atrasa medidas para corte de gastos e mercado faz as contas
Bancos Itaú, XP, Bradesco e UBS ajustam contas, prevendo cortes de R$ 40 bilhões, ajustes nos programas sociais e imposto de renda.
A necessidade de cortes nas despesas públicas para cumprir o cume do arcabouço fiscal em 2025 levou os bancos a apresentarem várias previsões nos últimos dias, tanto em relação à redução das despesas como nas alterações nos programas sociais que vêm sendo discutidos pela equipe econômica.
A equipe econômica precisará de tempo para implementar os cortes necessários nas despesas, mas os bancos já começaram a fazer seus cálculos, tendo em vista o cenário econômico vigente. Além disso, a redução das despesas se torna cada vez mais necessária, pois os programas sociais precisam ser reavaliados para atender às necessidades da população brasileira.
Tensiones Financeiras: O Corte de Despesas e o Impacto no Orçamento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem estado em discussões intensas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministérios mais afetados pelos cortes, todos de áreas sociais. No entanto, a previsão de que o pacote de redução de despesas seria anunciado na tarde de quinta-feira, 7 de novembro, gerou expectativa, apenas para desapontar no final da tarde desta sexta-feira, 8 de novembro, sem anúncio previsto. A esta altura, a expectativa era de que o pacote ficasse para a semana que vem, o que contribuiu para o Ibovespa fechar em queda de 1,43%, aos 127.829,80 pontos, e o dólar subir 1,09%, cotado a R$ 5,73. Para os bancos, a estimativa considera mudanças significativas em programas sociais, como seguro-desemprego, abono salarial, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), além de ajustes estruturais, com alterações nos pisos constitucionais da saúde e da educação.
O Itaú soltou um relatório com cálculos para que o pacote possa atingir o cumprimento do limite de despesas do arcabouço fiscal até 2026 e reduzir a percepção de risco. De acordo com o banco, seria necessário um ajuste de pelo menos R$ 60 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026. Para o ano que vem, o Itaú avalia que o montante pode ser obtido caso haja sucesso nas medidas já anunciadas de ‘pente-fino’ de benefícios sociais, implicando em uma desaceleração do crescimento de beneficiários da Previdência de 4% para ao menos 3% e do BPC de 12% para 6%.
O estudo sugere que o pacote pode ser uma oportunidade para reduzir os receios quanto a iniciativas onerosas do ponto de fiscal, ‘como a isenção do imposto de renda das famílias até R$ 5 mil, e ao aumento das criatividades contábeis e retorno de estímulos parafiscais’, medidas cogitadas pelo governo que, obviamente, exigiriam novos cálculos dos cortes projetados pelo banco. A questão central é o corte, que precisa ser tão grande para impactar de forma significativa as finanças e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
Tensiones Financeiras: O Corte e a Redução de Gastos
Em estudo assinado pelo economista Tiago Sbardelotto, a XP calcula que o pacote de redução de gastos estudado pelo governo tenha potencial de atingir uma economia de R$ 32,7 bilhões em 2026 e de até R$ 145,5 bilhões no longo prazo, valor correspondente a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Embora a redução de gastos ofereça mais flexibilidade ao governo, a XP considera que apenas o corte não assegura o cumprimento do limite de despesas do arcabouço fiscal. As estimações são baseadas em cálculos que consideram os impactos do corte nas despesas e a redução nos impostos, que seriam necessários para garantir a sustentabilidade do orçamento.
A XP avalia que o potencial econômico das medidas é relevante, mas adverte que não é definitivo para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal. A questão central é o corte, que precisa ser tão grande para impactar de forma significativa as finanças e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal. A redução de despesas é uma medida importante para aliviar as pressões no curto e médio prazos, mas ainda há dificuldades significativas na manutenção do limite de despesas do arcabouço fiscal a partir de 2030.
Fonte: @ NEO FEED