Saúde
Exercício e sono: A chave para a saúde cerebral
Caminhadas rápidas melhoram memória episódica e memória de trabalho em pessoas acima de 50 anos, combatendo comportamentos sedentários, sono leve e fase de sono REM, com neurotransmissores ativados por exercícios regulares.
Praticar exercícios leva a melhorias significativas na memória e habilidades cognitivas, com benefícios que persistem até o dia seguinte, segundo estudo da University College London. Essa conclusão foi alcançada observando adultos entre 50 e 83 anos em estudo que investigou a ligação entre atividade física, sono e cognição.
Exercício regular, mesmo por apenas 30 minutos, pode ser suficiente para melhorar a memória e as habilidades cognitivas. No caso dos adultos, uma caminhada rápida pode ser uma exercício físico adequada para alcançar esse objetivo. Além disso, a atividade física moderada pode ser realizada em diferentes níveis, incluindo atividade física leve, como caminhar, ou movimento mais intenso, como correr. Essas práticas são essenciais para manter a saúde mental e física.
Exercício e memória: A relação entre a atividade física e a saúde cerebral
A importância de desenvolver hábitos ativos é uma verdade reconhecida com frequência, mas sua relação com a saúde cerebral ainda é motivo de diversos estudos. Uma pesquisa recente publicada na revista científica International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity reforça a ligação entre exercícios regulares e funcionamento cerebral saudável, destacando que o movimento pode ter impacto direto na saúde mental.
A memória episódica, fundamental para recordar eventos do dia a dia, e a memória de trabalho, responsável por realizar tarefas, foram as áreas que apresentaram a maior melhoria após períodos de maior atividade física. O estudo apontou que apenas meia hora a mais de exercício foi suficiente para os participantes obterem resultados melhores nos testes de memória no dia seguinte, demonstrando que a atividade física por si só já faz a diferença.
A pesquisa trouxe à tona a importância de uma rotina de exercícios regulares para a manutenção da saúde mental, destacando que o movimento não apenas melhora o humor e a energia, mas também impacta diretamente o desempenho mental. Além disso, o estudo também ressaltou a relevância do sono na cognição, evidenciando que dormir pelo menos seis horas por noite foi associado a melhores resultados em testes de memória episódica e velocidade psicomotora.
O sono profundo, conhecido como sono de ondas lentas, foi relacionado a ganhos na memória episódica, enquanto a fase de sono REM (movimento rápido dos olhos) mostrou associação com uma atenção mais aguçada no dia seguinte. A investigação também indicou que os benefícios do sono e do exercício não competem entre si, mas agem de forma complementar, mostrando que manter uma rotina de exercícios pode ajudar a preservar a função cognitiva, mesmo em noites de sono irregular.
A ciência por trás do impacto do exercício físico na saúde mental é intrigante. O exercício moderado aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, promovendo a liberação de neurotransmissores como endorfinas e a conexão entre neurônios no hipocampo, uma região vital para a memória e o aprendizado. Esses efeitos ocorrem logo após o movimento e podem se estender ao longo de um dia inteiro, demonstrando que a atividade física não apenas melhora o humor e a energia, mas também impacta diretamente o desempenho mental.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios regulares podem aumentar o volume do hipocampo e até retardar o declínio cognitivo. No entanto, a pesquisa recente amplia esse entendimento ao evidenciar que mesmo sessões curtas de exercício podem trazer benefícios perceptíveis e rápidos, particularmente em populações mais velhas. Os pesquisadores alertam que o estudo contou com uma amostra relativamente pequena de 76 participantes, o que limita generalizações. Mesmo assim, os dados reforçam a importância de ações simples e acessíveis para manter a mente saudável e funcional.
Fonte: @ Veja Abril