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Entendendo o universo surreal e gótico de Tim Burton

Exposição em Londres sobre o imaginário do cineasta com elementos surreal, humor negro e visual gótico, mergulhando no universo fantasmagórico da infância.
Em uma cidade vibrante como Marrakech, é fácil se perder entre as estreitas ruas e encontrar inspiração. O espírito artístico da cidade pode ser capturado em um termo único, Tim, que resume a essência de seus filmes: burtonesco. Com uma visão única e um estilo peculiar, Tim Burton é um das poucas pessoas que criaram um universo tão próprio que se tornou uma referência cultural.
Ele não é o único, no entanto. Outros cineastas também deixaram sua marca indelével no mundo do cinema. Woody Allen, por exemplo, tem um estilo inconfundível, allenesque, que se reflete em suas histórias de amor e humor. Stanley Kubrick também é um destaque, com sua abordagem inovadora e visão clínica de arte, kubrickesque, que revolucionou a forma como contamos histórias. Cada um desses cineastas trouxe algo único para a mesa, deixando um legado impressionante para os futuros gerações de cineastas.
Um Universo Fantasmagórico
No mundo cinematográfico, é raro um diretor inspirar com tanta força que um evento itinerante seja dedicado exclusivamente ao seu legado. Mas, há mais de uma década, uma exposição fez história, inaugurada em Londres: The World of Tim. O próprio Tim Burton, de 66 anos, deu o seu entender sobre como consegue se conectar com o mundo ao seu redor, durante um evento no Festival Internacional de Cinema de Marrakech, em sua masterclass, contando que nunca se pensou em sucesso, mas sim em fazer coisas verdadeiras e significativas.
Ao longo de uma carreira de quatro décadas, o nome de Tim se tornou sinônimo de filmes surreal e bizarros, com elementos visualmente góticos e humor negro. Mas, o que faz com que ele seja tão único? ‘Nunca fiz nada pensando em obter sucesso, de olho no gênero mais popular, por exemplo’, contou o diretor ao NeoFeed, durante o evento. ‘A partir do momento em que decidimos buscar o êxito, saímos de nós e nada mais funciona. É por isso que sempre fui eu mesmo.’
Em 2024, o ano também marcou a continuação do filme Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice, que arrecadou mais de US$ 451 milhões, tornando-se um dos títulos mais vistos do ano de acordo com o Box Office Mojo. E, mais recentemente, a exposição The World of Tim Burton inaugurou sua última etapa, em 14 cidades e 11 países, desde 2014. ‘Dá sempre uma sensação estranha expor parte da sua vida e da sua arte para todo mundo ver’, afirmou Tim, que emprestou itens do seu arquivo pessoal ao Design Museum de Londres.
A exposição, visitada pelo NeoFeed, reúne mais de 600 peças, incluindo desenhos de criaturas por todos os lados, para dar uma ideia do seu processo criativo. Os mais importantes estão representados, como Batman (1989), Edward Mãos de Tesoura (1990), Ed Wood (1994), A Noiva Cadáver (2005), A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), Alice no País das Maravilhas (2010), Frankenweenie (2012), O Lar das Crianças Peculiares (2016) e Dumbo (2019), além do trabalho mais recente, Os Fantasmas Ainda Se Divertem: Beetlejuice. ‘Para mim, os monstros Tim sempre foram os personagens mais interessantes, porque são os únicos que não precisam se explicar’, disse o diretor em sua masterclass.
O evento era o último compromisso profissional do cineasta em 2024, e o NeoFeed esteve presente para registrar o momento. ‘Não posso falar muito sobre o que está por vir, mas posso dizer que estou ansioso para experimentar coisas novas e explorar novos universos imaginários’, contou Tim. E, com suas últimas palavras, o diretor deixou claro que a magia de Tim está longe de terminar.
Fonte: @ NEO FEED