Bolsas da Ásia: Por Que o Miedo à China e o Descontentamento com o Gabinete de Trump Fizeram as Bolsas Descerem

Investidores se decepcionaram com medidas de estímulos chinesas e preocupam-se com aumento das tensões entre EUA e China. Setor imobiliário é afetado, desempenhos das ações de serviços varejo são negativos, impostos estão sob pressão.

As bolsas da Ásia registraram quedas significativas, refletindo a decepção dos investidores com as medidas de estímulo apresentadas pela China e a ameaça de consequências negativas com o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China. Esse cenário ocorre em meio à formação do gabinete do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em um contexto marcado por incertezas, a bolsa japonesa, Nikkei 225, experimentou uma retração de 0,40% e fechou a 39.376,09. Por sua vez, a bolsa sul-coreana, Kospi, registrou uma queda mais acentuada de 1,94% e encerrou a 2.482,57. É relevante notar que a perda de confiança nos mercados pode ser um reflexo do ambiente de incerteza política atual.

Índices Asiáticos

O índice Hang Seng de Hong Kong sofreu uma queda expressiva, de 2,84%, encerrando a sessão em 19.846,88 pontos. Além disso, o índice Xangai Composto na China continental também registrou uma retração de 1,39%, fechando em 3.421,97 pontos. Essas perdas são vistas como consequência da possível nomeação de figuras com atitudes hostis em relação à China, como Marco Rubio como secretário de Estado e Michael Waltz como conselheiro de segurança nacional, segundo o Rabobank.

O banco enfatiza que essas medidas políticas têm impacto negativo nas ações chinesas, reforçando a conexão entre as escolhas políticas e a instabilidade financeira. Além disso, a China anunciou um pacote de estímulos para o setor imobiliário, com cortes nos impostos, mas essas medidas não parecem ter sido bem recebidas. Esse fato também é mencionado pelo Rabobank como relevante para o cenário atual, destacando a falta de efeitos positivos das políticas governamentais na economia.

Em Tóquio, a Yakult Honsha liderou as perdas, com uma retração de 8,9%, seguida pela Lasertec, que perdeu 4,4%. Já em Hong Kong, a Zhongsheng Group, uma empresa do setor de serviços e varejo automotivo, caiu 9,6%, liderando a lista de perdas. Essas perdas refletem a instabilidade do mercado e a sensibilidade das ações às mudanças políticas.

Fonte: @ Valor Invest Globo