Saúde
Avanços contra o câncer, o grande inimigo dos homens

Orientações médicas assinadas por profissionais brasileiros destacam que novos exames como a ressonância magnética multiparamétrica podem aumentar as chances de derrotar o câncer de próstata com menos efeitos colaterais, destacando a importância da vigilância ativa, procedimentos minimamente invasivos como a prostatectomia robótica e a biópsia combinando métodos para melhor diagnóstico e tratamento.
O câncer de próstata é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, com uma tendência de crescimento alarmante. Segundo estudo publicado pela revista médica The Lancet, espera-se uma duplicação global de casos de 1,4 milhões para 2,9 milhões até 2040, e um aumento de 85% nas mortes para quase 700 mil. É preciso que sejam tomadas medidas drásticas para combater essa doença.
Prevenir o câncer de próstata requer uma abordagem multipla e engajada. Isso inclui exames de saúde regulares, como a biópsia, que podem detectar o tumor em estágios iniciais. Além disso, mudanças no estilo de vida, como uma dieta equilibrada e exercícios frequentes, também podem ajudar a diminuir o risco de desenvolver essa doença. É fundamental que os homens sejam conscientes de seus riscos e busquem assistência médica regularmente. A detecção precoce é fundamental para o tratamento e a cura do câncer de próstata.
Diagnóstico Avançado do Câncer
As novas tecnologias têm revolucionado o diagnóstico de doenças localizadas e disseminadas, oferecendo novas esperanças para milhares de pacientes no combate ao câncer. No campo dos exames, a ressonância magnética multiparamétrica se destaca, permitindo detectar casos com mais eficiência do que os métodos convencionais. Ela identifica lesões suspeitas e pode direcionar uma biópsia, combinando suas imagens com a ultrassonografia para auxiliar na retirada de fragmentos de áreas suspeitas com mais precisão.
A biópsia da próstata, historicamente realizada via transretal, está sendo substituída pela via transperineal, o que pode diminuir o risco de complicações como prostatites agudas e a necessidade de tempo prolongado de antibióticos.
Tratamento Cirúrgico Avançado
No tratamento cirúrgico do câncer, os procedimentos minimamente invasivos têm revolucionado o campo, como a prostatectomia robótica. Essa técnica oferece várias vantagens em comparação com a cirurgia convencional, incluindo menor sangramento, menos dor no pós-operatório, menor tempo de internação hospitalar, uma recuperação mais rápida e retorno às atividades diárias mais precoce.
A precisão dessa técnica, com visualização do campo cirúrgico em 3D pelo cirurgião e pelas pinças articuladas, permite realizar uma remoção da próstata preservando maior quantidade de tecidos saudáveis ao redor, o que resulta em resultados funcionais muito mais precoces, como a preservação da função sexual e do controle urinário.
Aumento da Precisão e da Eficiência
As plataformas robóticas estão auxiliando também no desenvolvimento da telecirurgia (cirurgia a distância), permitindo que cirurgiões atuem em diferentes locais, como foi o caso de um colega cirurgião que operou um paciente em Pequim pela primeira cirurgia transcontinental.
Para pacientes com tumores reduzidos e pouco agressivos, a vigilância ativa é uma opção, onde o paciente faz exames e consultas periódicas e pode esperar, mantendo sua qualidade de vida, até o momento em que seja necessária uma intervenção, seja por cirurgia ou outros métodos, e adiar os efeitos colaterais desses tratamentos.
Novas Abordagens no Tratamento do Câncer
Para o tratamento do câncer de próstata não disseminado, novas abordagens, como a terapia focal e a crioterapia, têm permitido tratar a doença localmente em casos selecionados, sem a necessidade de remoção ou irradiação de toda a glândula, de forma minimamente invasiva e com menos efeitos colaterais.
A terapia focal pode operar com diferentes fontes de energia térmica, entre as mais empregadas estão a HIFU (High Intensity Focused Ultrasound), que promove aquecimento a partir de ondas de energia acústica que se transformam em energia térmica, e a crioterapia, realizada por congelamento do tumor com gás frio.
Temos ainda em estudo tecnologias como eletroporação irreversível, braquiterapia focal e terapia fotodinâmica. Essas técnicas, porém, ainda não estão sendo amplamente utilizadas e necessitam de mais pesquisas para se tornarem opções viáveis para o tratamento do câncer.
Fonte: @ Veja Abril