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A linguagem inclusiva: por que usar o ou a na hora de referenciar mulheres?

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gramática, empatia, gênero;

Em minha coluna, refletir sobre temas relevantes em sistemas linguísticos fascinantes é de dois gêneros: fixar as regras da língua portuguesa e discutir o mundo como visto por uma linguista.

Em um contexto de comunicação eficaz, a linguagem é o verdadeiro cerne de qualquer relacionamento. É por meio dela que podemos transmitir nossos pensamentos e sentimentos, e, consequentemente, construir pontes de empatia entre as pessoas. Nesse sentido, é fundamental ter uma compreensão profunda da linguagem e de como ela pode ser utilizada para alcançar nossos objetivos. A gramática, por exemplo, é um dos pilares da linguagem, e sua compreensão é fundamental para se expressar de forma clara e eficaz.

Uma questão que tem me incomodado recentemente é a questão de gênero na linguagem. A linguagem deve ser inclusiva e respeitosa com todos os gêneros e identidades, e é por isso que é fundamental estar atento às palavras e expressões que usamos. A linguagem pode ser um instrumento poderoso de construção de identidade e pertencimento, e é por isso que é tão importante escolher as palavras com cuidado. Além disso, a linguagem também pode ser um reflexo da sociedade em que vivemos, e é por isso que é tão importante continuar a discutir e a melhorar a forma como a utilizamos.

Refletindo sobre o emprego do artigo ‘o’ em um mundo de gêneros

Quando se trata de linguagem e gênero, é fundamental considerar a forma como palavras e expressões podem influenciar a percepção e a inclusão de diferentes identidades. Como uma jornalista e mulher que busca entender melhor o mundo, me sinto inspirada a compartilhar minha perspectiva sobre o uso do artigo ‘o’ em diferentes contextos. Embora não seja uma linguista, acredito que minha abordagem possa ser enriquecida pela observação e interpretação da linguagem.

Uma coluna que me veio à mente foi a experiência em reuniões de um Conselho de Administração. Era comum que os apresentadores iniciassem suas apresentações com a saudação: ‘Bom dia, senhores’. Essa abordagem me deixava desconfortável, pois não me sentia representada como uma mulher. Então, me manifestei, afirmando: ‘Senhores e senhoras, conselheiros e conselheiras’. Essa pequena mudança foi significativa, pois me permitiu ser incluída e respeitada.

O uso do artigo ‘o’ é um sistema complexo que pode variar dependendo do contexto. Em português, por exemplo, o sistema de dois gêneros pode ser utilizado de formas diferentes. No entanto, é importante lembrar que a linguagem é uma construção social e pode refletir e influenciar as percepções e atitudes das pessoas. Como uma mulher, me sinto influenciada pela predominância do gênero masculino, que pode ser percebido como exclusivo e excludente.

Na minha abordagem como jornalista, me sinto inspirada por linguistas como Sandra Guimarães, que desafiaram as regras tradicionais da linguagem. Em seu artigo ‘E se, na gramática, o genérico fosse feminino?’, Sandra propôs que o feminino fosse usado como neutro em certos contextos. Embora essa seja uma discussão complexa, acredito que é fundamental considerar a perspectiva das mulheres e outras identidades marginalizadas.

A gramática pode ser considerada como um sistema que é fixa e imutável, mas é fundamental lembrar que a linguagem é uma construção social que pode mudar e se adaptar ao tempo. Em diferentes culturas e contextos, a linguagem pode ter significados e conotações diferentes. Por exemplo, em línguas como o húngaro, o finlandês e o estoniano, não há distinção entre masculino e feminino, apenas entre seres animados e inanimados.

A empatia é fundamental quando se trata de linguagem e gênero. É importante considerar a perspectiva das pessoas e evitar a exclusão e o estigma. A linguagem pode ser uma ferramenta poderosa para construir pontes e promover a inclusão. Ao considerar a diversidade de gêneros e identidades, podemos criar uma linguagem mais rica e mais inclusiva.

Em um mundo de temas complexos e sistemas linguísticos, é fundamental lembrar que a linguagem é uma ferramenta que pode ser utilizada para construir ou destruir. Ao considerar a perspectiva das mulheres e outras identidades marginalizadas, podemos criar uma linguagem mais justa e mais inclusiva. A linguagem é uma coluna fixa que pode ser moldada e adaptada ao tempo. Ao utilizar a linguagem de forma consciente e empática, podemos criar um mundo mais semelhante e mais justo para todos.

Fonte: @ Valor Invest Globo

Olá, sou Felipe Cavalcanti, um redator especializado em cobrir as complexidades do cenário político e econômico. Minha paixão está em analisar os fatos e apresentá-los de forma clara e objetiva para ajudar meus leitores a compreenderem os desdobramentos mais recentes. Gosto de mergulhar em dados e tendências, oferecendo insights sobre o que está por vir e como as decisões políticas podem impactar o nosso futuro. Estou sempre em busca de trazer a notícia com precisão e profundidade.

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