Notícias
Simulação de segregação racial: um estudo que visa a compreensão do racismo.

Cartaz com frase foi fixado dentro da sala de aula, onde se realizou atividade pedagógica de conscientização, e materiais foram inspirados em uma seção de comunicação.
Ocorreu um caso de racismo na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), no ABC Paulista, quando estudantes do 3º ano fixaram um cartaz com a frase ‘Entrada permitida somente para brancos’. A ação foi realizada durante a aula de Sociologia e Antropologia, com o objetivo de simular a segregação racial nos Estados Unidos.
Ao fixar o cartaz, os estudantes pretendiam simular a segregação racial de forma fictícia, contudo, colegas estudantes da instituição reagiram e afirmaram ter presenciado racismo, considerando a ação como uma provocação. No entanto, os autores da ação argumentaram que a ação foi uma atividade pedagógica, com o objetivo de estudar a segregação racial nos Estados Unidos da América, como forma de estudo de caso. Alguns colegas argumentaram que, mesmo com o objetivo pedagógico, a ação foi uma demonstração de racismo, e que discriminação e segregação são realidades vivenciadas por muitas pessoas, especialmente em contextos de intolerância. A ação foi considerada desigualdade por alguns, mas os autores da ação alegaram que pretendiam simular a segregação racial, o que é um tema complexo e delicado.
Racismo na Universidade: Uma Questão de Percepção e Intenção
A tensão entre racismo e educação acadêmica é um tema delicado e complexo, especialmente quando envolve a percepção e intenção de atividades pedagógicas. Recentemente, uma situação na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo gerou um debate intenso sobre o tema. No entanto, colegas denunciaram o ocorrido como um ato de racismo, levando a um boletim de ocorrência ser registrado. Após uma investigação cuidadosa, a Polícia Civil concluiu que não havia crime.
A universidade, em um esforço para esclarecer a situação, afirmou que o panfleto foi fixado exclusivamente na sala de aula onde a atividade pedagógica foi realizada. A instituição destacou seu compromisso com a promoção de um ambiente inclusivo e expressou seu repúdio a qualquer forma de discriminação. Notícias relacionadas ao racismo, como a negritude de Machado de Assis e o racismo em padarias, são frequentes e reforçam a necessidade de discussões sobre desigualdade.
Para reforçar seu compromisso com a inclusão, a universidade disponibilizou canais de denúncia, como o ‘Fale com o Diretor’, a Ouvidoria e uma caixa de denúncias anônimas. Após as denúncias, as providências cabíveis são tomadas, incluindo a instauração de processos administrativos internos e a comunicação às autoridades competentes. Em um ofício enviado à delegacia, o diretor da faculdade informou que tomou conhecimento do caso por um e-mail enviado por um aluno à Seção de Comunicação. Após diligências internas, o diretor afirmou que identificou que o cartaz mencionado no boletim de ocorrência não foi colado na porta da sala, como descrito no documento.
Segundo a diretoria, o material foi utilizado exclusivamente em uma atividade pedagógica, conforme detalhado. A atividade ocorreu no dia 4 de novembro de 2024, durante uma aula de Sociologia e Antropologia com alunos do 3º ano do curso de Direito. O objetivo, conforme a universidade, era promover uma discussão crítica sobre as consequências jurídicas do racismo. Divididos em grupos, os estudantes analisaram obras relacionadas ao tema. Um dos grupos, em sua análise do filme Histórias Cruzadas, elaborou materiais inspirados em práticas históricas de segregação racial, como as retratadas no Museu do Apartheid, na África do Sul.
De acordo com a instituição, os materiais buscavam impactar os colegas e fomentar uma reflexão crítica sobre a segregação racial. Ainda de acordo com a diretoria, a fixação dos panfletos e cartazes ocorreu apenas dentro da sala de aula, com o propósito exclusivo de incentivar o debate acadêmico. Após ser informada do ocorrido, a diretoria convocou o professor responsável, os alunos do grupo e o autor do boletim de ocorrência para esclarecimentos. Durante a reunião, foi reafirmado que a atividade não teve dolo ou intenção de promover práticas discriminatórias, mas sim de estimular o combate ao racismo e conscientizar os estudantes.
A atividade, portanto, foi conduzida de forma pedagógica, alinhando-se aos princípios da educação e promovendo uma reflexão crítica sobre a segregação racial. A universidade, em seu compromisso com a inclusão e a igualdade, reforçou seus canais de denúncia e tomou providências para garantir que a atividade não seja interpretada como racismo ou discriminação.
Fonte: @ Nos