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Queijo brasileiro na cena internacional
Os produtores brasileiros misturam tradição e inovação para brilhar em concursos internacionais, perdendo apenas para a França em número de medalhas, focando em termos como artesanal, brasileiro, fabricação, de queijos, patrimônio, laticínio e segredo.
Na recente ascensão do queijo brasileiro, focamos nas suas características distintas, como a variedade de sabores e o processo de fabricação cuidadoso. Isso inclui o queijo artesanal, que, com o tempo, se tornou cada vez mais popular entre os consumidores mais exigentes.
Para muitos, o queijo artesanal brasileiro é sinônimo de qualificação, pois a produção envolve um processo manual e mais demorado do que os métodos industriais. É por isso que podemos encontrar peças únicas, com texturas e sabores inconfundíveis. Aos poucos, o mercado de queijo brasileiro está se expandindo, permitindo que os produtores artesanais atinjam um público mais amplo. Agora, é possível encontrar esses produtos não apenas em pequenos mercados locais, mas em muitos supermercados e lojas especializadas. E não é só a disponibilidade que está crescendo, mas também a diversidade de opções para os consumidores.
Um patrimônio brasileiro de queijo
O Brasil é um dos principais produtores de queijo artesanal do mundo, com uma rica história que remonta a 1581, quando foram registrados os primeiros queijos coalho e de manteiga na capitania de Pernambuco. Apesar de ter uma história mais nova do que a Europa, onde a fabricação de queijos remonta a 4.500 anos antes de Cristo, o nosso queijo artesanal brasileiro não deve nada aos europeus. Com a dedicação de produtores, especialistas, técnicos e entidades durante décadas, o queijo brasileiro ganhou reconhecimento mundial.
Queijo artesanal brasileiro, uma arte de longa maturação
Hoje, o queijo brasileiro não é apenas uma opção para o gosto, mas também um patrimônio cultural que merece ser preservado. A Galeria do Queijo, uma espécie de multimarca de queijos artesanais brasileiros, comanda a produção de queijos artesanal brasileiro há 26 anos e é um exemplo de como o setor foi impulsionado pelas certificações de qualidade e identidade, que ajudaram a valorizar os produtos premium, cujos preços hoje variam entre R$ 150 e R$ 200 o quilo.
Queijo brasileiro, um segredo de longa maturação
A arte por trás dos queijos brasileiros é mostrada ao público pelo laticínio Queijo Barão da Canastra, em Piumhi, na Serra da Canastra, um dos principais polos da produção queijeira brasileira. Lá, saem os premiados Barão da Canastra, Capa Branca e Casca Florida, entre outros. O mais recente orgulho do laticínio é o Parmesão Cunha Barão Premiado, com nove meses de maturação, resultado da combinação entre a tradição italiana e a autenticidade brasileira, medalha de ouro no concurso francês, em 2023.
Queijo artesanal brasileiro, um segredo de manejo de vacas
O segredo dos queijos do Barão da Canastra começa no manejo das vacas jersey, caracu e girolando, alimentadas com volumoso — uma dieta rica em fibras brutas, composta por pasto e milho processado. Além disso, o uso do ‘pingo’, um soro fermentado do dia anterior, rico em microrganismos do terroir, é outro diferencial. ‘Esse é o coração dos queijos da Canastra’, explica Larissa, sócia do laticínio. Cada produtor tem o seu, o que dá identidade única aos seus produtos.
Queijo artesanal brasileiro, uma técnica de grosa
Outro cuidado é a técnica da grosa, realizada no terceiro dia de vida do queijo, quando o produto é lixado, para que se obtenha uma superfície lisa antes da maturação. Além disso, os queijos são lavados durante 14 dias para controlar o desenvolvimento microbiano, realçar aromas e sabores e promover a formação da casca. É também na fase de maturação que ocorre a ação do Geotrichum candidum, mofo típico da Canastra. Apesar do controle no processo, a evolução de cada queijo é imprevisível. ‘Eu brinco que é o mofo que escolhe qual queijo vai pegar’, diz Larissa.
Fonte: @ NEO FEED