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Ouro escondido: Uma estrada que esconde US$ 2,2 bilhões em Ouro, na Aura Minerals

A mudança de rota da rodovia na mina de Borborema pode dobrar a capacidade de produção. O CEO explica que a alteração permitirá uma área maior de extração de onças de minério, equivalentes a mais riqueza. O projeto, de propriedade da mineradora, está em desenho técnico, com direção da obra na unidade de processamento.
A mineradora canadense Aura Minerals se prepara para concluir uma obra no Rio Grande do Norte que vai aumentar a produção de ouro em seu portfólio, elevando em 83 mil onças equivalentes anuais a produção de ouro no local.
A obra em andamento, com um investimento de R$ 120 milhões, pretende aumentar a produção do projeto São Francisco e a mineradora afirma que o aumento de produção se dará sem a necessidade de grandes investimentos adicionais, o que é um grande diferencial para a empresa. Só que, para a Aura Minerals, a produção não será tão grande se comparada com o potencial das minas de ouro da região, que não são exploradas por falta de capital. Nenhum investidor está disposto a investir nesse projeto que possui ouro suficiente para render grandes dividendos.
Mineração de ouro: política de implantar novas ações
A empresa inicia a fase de ramp up (início do processo produtivo) do projeto Borborema, um conjunto de três concessões de lavra mineral em uma área de 29 km² no semiárido potiguar, no primeiro trimestre de 2025 com Nenhum investimento previsto. A operação comercial propriamente dita começa entre o terceiro e o quarto trimestre do próximo ano com um projeto que demandou investimentos de US$ 188 milhões em ouro.
A mina a céu aberto tem condições de produzir 815 mil onças durante os 10 anos de vida útil, em um projeto que demandou investimentos de US$ 188 milhões. Mas essa é apenas uma parte do que a nova mina da Aura pode produzir. A questão é que, no caminho dessa expansão, há uma estrada. Literalmente. Especificamente uma parte da BR-226, no trecho da rodovia próximo à cidade de Currais Novos (RN), onde foi identificado um grande depósito de ouro.
Se conseguirmos liberar a estrada, a gente sobe automaticamente das 815 mil onças para 1,6 milhão de onças, o que vai dobrar essa operação. Isso tornaria a mina a segunda maior produtora do país, deixando a Pará a frente com 1,8 milhão de onças por ano, no equivalente a R$ 3,1 bilhões, com a cotação atual de US$ 2.670 a onça-troy, a estrada no caminho da Aura ‘esconde’ (na cotação atual) cerca de US$ 2,2 bilhões em ouro. A área da mina que passa pela estrada federal já é de propriedade da mineradora, mas é necessário um acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Segundo o executivo da Aura, já foram realizadas reuniões para apresentação de desenho técnico e existe a possibilidade dessa aprovação ocorrer no primeiro semestre do ano que vem, o que tornaria a mina a segunda maior produtora do país. Para isso, a empresa já separou entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões para a remodelação do trecho de seis quilômetros da BR-226 assim que tiver o aval do governo federal. Vamos financiar a construção. O desenho está em discussão. O projeto já está perto de alcançar o nível de atendimento a todas as determinações do Dnit.
Ainda que seja liberado em 2025, serão necessários três anos para que o novo traçado possa ser concluído. Para isso, a empresa fará desapropriações no entorno da fábrica. O CEO da Aura só não revela em que direção a obra será executada, até para não gerar especulação imobiliária na região. Procurado pelo NeoFeed, o Dnit não respondeu sobre o andamento das negociações.
Com o aumento de captação de ouro, será necessário, naturalmente, ampliar a unidade de processamento do minério no entorno da mina. Por enquanto, a capacidade é para 2 milhões de toneladas de materiais processados por ano. Com a nova área liberada, esse volume deve subir para 3,5 milhões. Certamente teremos que fazer novos investimentos na fábrica, com mais equipamentos, mas ainda não temos esse número fechado, o que pode aumentar o investimento em ouro.
Dos US$ 188 milhões previstos na primeira etapa, ainda faltam ser aportados cerca de US$ 90 milhões nos próximos meses. O projeto Borborema é considerado um dos mais sustentáveis da companhia no mundo, que tem operações no México.
Fonte: @ NEO FEED