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O policial civil Ramagem deu depoimento no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.
Existe suspeita de ligação entre uso da Abin para espionagem ilegal e tentativa de golpe, conforme depoimento.
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Ex-diretor-geral da Abin prestará depoimento sobre suposta tentativa de golpe de Estado
O ex-diretor-geral da Abin, figura-chave no centro da suposta tentativa de golpe de Estado, se prepara para prestar depoimento, marcado para a tarde desta terça-feira (5). O objetivo é esclarecer a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de assessores em uma suposta conspiração, que culminou nos tumultos do 8 de Janeiro do ano passado, que resultaram em danos materiais e humanos significativos.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o uso da Abin para fins de espionagem ilegal esteja ligado à suposta tentativa de golpe. Em fevereiro, a PF realizou buscas e prisões preventivas em nove estados e no Distrito Federal na Operação Tempus Veritatis, que investiga a organização de um golpe de Estado em 2022 em prol de Bolsonaro, com a participação de ex-assessores, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O ex-diretor-geral da Abin, figura-chave na investigação, se prepara para desvelar detalhes sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. O depoimento será realizado na tarde desta terça-feira (5), e é aguardado com expectativa para entender melhor os fatos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus assessores.
Conforme as investigações, Bolsonaro teria pressionado os ministros do governo, durante reunião realizada em 5 de julho de 2022, para que promovessem e replicassem desinformações e notícias fraudulentas sobre a confiança do sistema eleitoral brasileiro, revela o processo. Uma minuta de golpe de Estado também foi encontrada no escritório de Bolsonaro na sede do PL, que previa uma declaração de estado de sítio e um decreto de GLO no país.
A minuta de golpe de Estado foi alterada por Bolsonaro, que solicitou mudanças antes de apresentá-la a comandantes das forças militares. Na segunda versão, as ordens de prisão do ministro do STF Gilmar Mendes e do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) teriam sido retiradas a pedido de Bolsonaro. A ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE durante as eleições de 2022, continuou na minuta.
O ex-assessor Filipe Martins teria retornado ao Palácio do Alvorada e alterado o documento conforme solicitado. O documento teria sido apresentado aos comandantes do Exército e da Marinha e ao então ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira em 7 de dezembro de 2022.
Outro núcleo ligado a Bolsonaro seria o ‘Núcleo Jurídico’, composto por pelo menos cinco integrantes: o ex-assessor Filipe Martins, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, o advogado Amauri Saad, o padre Jose Eduardo de Oliveira e Silva e o militar do Exército e ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Esse núcleo seria responsável por entregar o ‘rascunho do golpe’ e fazer alterações a pedido de Bolsonaro. O documento teria sido originalmente entregue pelo ex-presidente justamente por Filipe Martins e Amauri Saad.
A investigação da PF aponta para a existência de um núcleo jurídico, composto por integrantes com vínculos com Bolsonaro, que estaria envolvido na elaboração e alteração do minuta de golpe de Estado.
Fonte: © A10 Mais