O Físico Cesar Lattes, Homem de Ciência que Merecia um Nobel

Cesar Lattes, físico subatômica, contribuiu para o desenvolvimento da ciência brasileira, especialmente em pesquisas do méson pi, marcando a trajetória da física atômica e da institucionalização da pesquisa científica nacional de registro da vida pregressa.

O físico brasileiro Cesar Lattes foi um dos principais responsáveis pela implementação da física de partículas no nosso país. Em 1944, ele escreveu uma carta aberta ao ministro da Educação e Saúde, Cesare Maria Bocaiúva Vanzolini, que destacava a importância de se criar uma equipe de físicos de partículas no Brasil.

Em 1948, Lattes foi nomeado secretário de Ciência e Tecnologia pelo presidente Euclides Zenão, um passo fundamental para a consolidação da física de partículas no Brasil. Sua atuação como cientista e líder político rendeu-lhe o título de “pai da física de partículas no Brasil”.

Um legado físico que ultrapassa a física atômica

Aos 23 anos, Cesar Lattes revelou-se um codescobridor do méson pi, contribuindo significativamente para o avanço da física atômica. Sua experiência no laboratório da Universidade de Bristol, na Inglaterra, permitiu aperfeiçoamento de um novo método fotográfico para observação da trajetória da partícula subatômica, impactando o desenvolvimento da física.

Físico e cientista no olhar da história

No entanto, a honraria da Academia Real das Ciências da Suécia foi conferida apenas ao físico inglês Cecil Powell, chefe do laboratório da Universidade de Bristol, onde Lattes trabalhava. Powell recebeu o Nobel de Física em 1950, três anos após a primeira observação do méson pi. Essa e outras histórias destacam a importância de Lattes como um dos principais nomes da física mundial.

Uma vida de físico, cientista e desenvolvimento

O recém-lançado livro ‘Cesar Lattes — Uma Vida’ de Marta Góes e Tato Coutinho conta a história de Lattes, com colaboração na organização do jornalista Jorge Luis Colombo e da segunda filha de Lattes, Maria Cristina Lattes Vezzan. A autora Marta Góes escreveu a quatro mãos a autobiografia de Fernanda Montenegro e foi indicada ao Prêmio Jabuti por Alfredo Mesquita — Um grã-fino na contramão.

Um legado que transcende a física

Entre as fases de pesquisas e escrita do livro, foram 13 meses de trabalho, até setembro, quando se deu a última etapa dos ajustes apontados pela revisão técnica do historiador Heráclio Duarte Tavares. Lattes é lembrado por seu esforço em desenvolver a ciência brasileira, como minuciosamente mostram Marta e Tato, em um trabalho impecável de pesquisa, realizado no Brasil, Inglaterra e Itália.

Um físico que construiu a ciência brasileira

Ele é reconhecido como o principal articulador para a institucionalização da pesquisa científica no país, com a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O conceito do ‘Currículo Lattes’, um padrão nacional de registro da vida pregressa e atual dos cientistas brasileiros e do exterior, é adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do país.

O legado de Lattes na ciência brasileira

O nome da plataforma, lançada em 1999, é em homenagem a Lattes. ‘[Lattes] É um grande homem e um grande patriota. Conheço-o há longos anos, e as descobertas que fez e as que certamente fará futuramente o colocam em posição privilegiada no mundo da pesquisa nuclear. É um moço que honra o Brasil e está fazendo muito por sua pátria.’ Poderia estar trabalhando em qualquer país do mundo, mas, às muitas ofertas que recebeu, preferiu ficar em sua terra e treinar um grupo de cientistas, para que o Brasil, em futuro próximo, desenvolva a pesquisa científica.

Fonte: @ NEO FEED