Notícias
Jogadoras do River Plate são presas por injúria em partida contra o Grêmio

Atletas do River Plate feminino foram mantidos na prisão preventiva por injúria racial, caso ocorreu em campo de partida contra o Grêmio.
As jogadoras, identificadas como Bárbara Benedita, Camila Silva, Duda Haddad e Mônica Oliveira, foram presas preventivamente por ordem do juiz da 1ª Vara Criminal de Porto Alegre, Marcelo Camilo. A decisão foi tomada após análise das provas colhidas durante o inquérito, que constatou a prática de injúria racial contra a arbitragem na partida.
Além da prisão preventiva, o juiz também determinou a proibição das jogadoras de se aproximarem das equipes adversárias e de qualquer outro time que participe de competições oficiais, até que seja julgada a causa. A decisão foi tomada para garantir a ordem pública e a segurança das partes envolvidas, destacou o juiz. Entre as provas apresentadas, o árbitro Alexandre Santos relatou que foi alvo de ofensas raciais por parte das jogadoras e que, em resposta, uma das jogadoras brincou com a cor da pele de um dos árbitros, o que foi considerado injúria racial.
Atos Raciais No Campo: River Plate Condenado a Sua Suspensão Na Brasil Ladies Cup
Durante a derrota argentina na Ladies Cup na noite da última sexta-feira (20) em São Paulo, um grupo de atletas foi flagrado em um ato de injúria racial. A notícia repercutiu fortemente na comunidade esportiva, especialmente após serem identificadas como as principais vítimas de ofensas raciais durante a partida. A injúria racial foi agravada pela presença de gandulas no estádio, o que levou a uma partida intensa e tumultuada.
A decisão do juiz levou em consideração a falta de vínculos das atletas com o Brasil. O River Plate emitiu uma nota de repúdio ao caso, mas vem dando suporte às jogadoras. O clube argentino se comprometeu em apresentá-las aos órgãos judiciais locais sempre que necessário.
Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Diaz se apresentaram à 6ª Delegacia de Polícia em São Paulo após o jogo. Agentes ouviram vítimas e testemunhas, que apontaram o quarteto como responsável pelos atos racistas. A advogada de defesa, Thaís Sankari, disse que as jogadoras estão assustadas com o ocorrido.
O jogo ainda estava no primeiro tempo quando os atos racistas ocorreram, após o gol de empate do Grêmio no estádio do Canindé. Candela Díaz fez gestos de macaco na direção de um gandula em meio à confusão no gramado pelo tento brasileiro e gerou revolta nas gremistas, que deixaram o campo de jogo.
Seis atletas do River receberam cartão vermelho pelo ocorrido, e a partida precisou ser encerrada pela ausência do número mínimo de jogadoras. O duelo estava empatado em 1 a 1 e ficou paralisado por cerca de 30 minutos antes do encerramento definitivo.
O Comitê Organizador da Brasil Ladies Cup decidiu, então, eliminar o clube argentino da edição do torneio e conceder vitória ao Grêmio, por 3 a 0. O River Plate também ficará suspenso da competição pelos próximos dois anos. Dois gandulas prestaram depoimentos na delegacia, e outras três pessoas se apresentaram como testemunhas. Trata-se da zagueira Brito, do preparador físico Thales de Oliveira e da coordenadora Patrícia Gusmão.
As quatro atletas do River também foram ouvidas e estavam acompanhadas de dirigentes do clube. Técnica do Grêmio, Thaissan Passos, revelou que atletas da equipe brasileira também foram vítimas de ofensas raciais na confusão. Após o ocorrido, o Tricolor emitiu uma nota de repúdio nas redes sociais e prestou todo suporte às jogadoras.
‘Na verdade as atletas da equipe adversária chamaram as meninas de macaca, de ‘negrita’. Mas também houve o caso com o gandula, e então as meninas não aceitaram, pois ele está aqui trabalhando. Desde o início do jogo acontece essa situação. Primeiramente, vim representar minhas atletas, mas situações como essa não podem ficar acontecendo. Até quando vamos ficar fingindo que não tem racismo, machismo? Então, para gente não tem condições nenhumas de jogo’, declarou Passos.
Nota do River Plate
‘O River Plate manifesta o mais absoluto repúdio aos gestos discriminatórios ocorridos na partida. Vamos trabalhar para melhorar a situação das nossas atletas,’ divulgou o clube argentino.
Fonte: @ Nos