Educação
Foguete verde ajuda no reflorestamento da Caatinga
Universidade Federal da Paraíba, vinculada ao MEC, utiliza foguete hidropneumático para reflorestar áreas degradadas, com até 10 mil metros quadrados por lançamento, utilizando sementes nativas e fibra de vidro, e em áreas de difícil acesso.
Com o objetivo de contribuir para a sustentabilidade ambiental, a Universidade Federal da Paraíba desenvolveu um foguete inovador, utilizando materiais como garrafas PET e fibra de vidro. Reforçando a importância do reflorestamento, o foguete é confeccionado em impressora 3D, resultando em um instrumento sustentável e de baixo custo.
Essa iniciativa visa promover a recuperação de áreas degradadas e o reestabelecimento de habitats naturais. O uso do foguete permite a dispersão de sementes de espécies nativas do bioma da Caatinga, promovendo a biodiversidade e a saúde do ecossistema. Com isso, a Universidade Federal da Paraíba busca contribuir para a recuperação e sustentabilidade das áreas degradadas.
Revoluções em Áreas degradadas
O reflorestamento é um dos pilares da recuperação de ecossistemas devastados. Nesse contexto, a inovação desse foguete hidropneumático tem o potencial de transformar a forma como se abordam as áreas degradadas. O produto em questão é uma das principais consequências da tese ‘Sistema de semeadura aérea por foguetes hidropneumáticos como ferramenta de recuperação de cobertura vegetal em áreas degradadas na Caatinga: um estudo de viabilidade’, realizada por Renan Aversari, orientada por Bartolomeu Israel, membros do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema) da UFPB.
O foguete é projetado para lançar sementes em áreas de difícil acesso, com uma tecnologia de disparo que reduz a interferência no meio ambiente. A cápsula que contém as sementes peletizadas é projetada para preservar esses grãos de maneira eficaz, protegendo-os com uma camada de água e um pouco de pó. Isso é explicado por Aversari: ‘O foguete não deixa nenhum resíduo no meio ambiente, fazendo apenas o lançamento das sementes e de uma certa quantidade calculada de água, utilizada para fazer o impulso do foguete no sistema de proporção pressurizada, nos campos demarcados’.
A escolha da época certa para o lançamento das sementes é crucial para maximizar a taxa de germinação. Em 2021, os pesquisadores realizaram testes manuais de lançamento de sementes peletizadas no Cariri Paraibano, monitorando o desenvolvimento desses grãos. O resultado foi impressionante, com cerca de 20% delas germinando. Em seguida, em 2022, o mesmo resultado foi alcançado com o uso do foguete, demonstrando a eficácia do método. Além disso, a técnica promete oferecer um método mais barato e eficaz do que a recuperação convencional de áreas degradadas mediante o plantio de mudas.
O reflorestamento pode recuperar até 1 hectare de áreas degradadas com apenas oito lançamentos, o que equivale a 10 mil metros quadrados. Além disso, essa tecnologia não está limitada à Caatinga e pode ser aplicada em biomas diferentes, desde que as sementes sejam escolhidas e tratadas adequadamente. O uso desse método também promete ser benéfico para áreas de difícil acesso e terrenos inclinados, simplificando o processo de reflorestamento.
Fonte: © MEC GOV.br