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Crescimento dos investimentos em ações na bolsa brasileira: desafios e oportunidades no mercado de ETFs.
Gestoras afirmam que os BDRs de ERFs são mais eficientes e menos custosos, mas produtos chegam a ter menos de R$ 1 mil sob custódia. B3 fomenta estrutura de olho em potencial de crescimento em economia diversificada, que começou em 2009, com produtos transparente e barato, negociados globalmente, com R$ 15 bilhões sob gestão.
Após mais de três anos sem IPOs na B3, a bolsa brasileira continua a registrar um crescimento significativo no número de ETFs, um tipo de investimento que permite que os investidores diversifiquem seu portfólio com fundos negociados globalmente. Essa tendência não pára de crescer e, em apenas um ano, o número de ETFs subiu de 57 para 114, o dobro da quantidade disponível em 2021.
Os ETFs são uma das principais opções de produtos oferecidos pela bolsa, além de fundos negociados internamente e outros tipos de fundos. Eles permitem que os investidores acessem uma ampla gama de asset classes e sejam alocados em um único investimento, tornando-os uma escolha popular para os investidores menos experientes ou aqueles que buscam uma diversificação de risco. Com o aumento no número de ETFs, os investidores brasileiros têm mais opções do que nunca para acessar diferentes segmentos da economia brasileira e global.
ETFs: O Mercado que Ainda Precisa Crescer no Brasil
O mercado de ETFs ainda engatinha no Brasil, mas com o surgimento de novos players, como Buena Vista e Oryx Capital, há esperança de que esse gap diminua nos próximos anos. Com 12.843 ETFs no mundo, a BlackRock é a maior gestora, administrando US$ 3,9 trilhões em mais de 1.500 fundos negociados globalmente, que representam cerca de 30% do volume negociado de ações nos Estados Unidos. No Brasil, essa proporção não chega a 10%.
A BlackRock é a maior gestora de ETFs de renda variável no Brasil, com mais de R$ 15 bilhões sob gestão, e, apesar de seu tamanho e relevância, a gestora alterou sua estratégia, priorizando a introdução de ETFs já lançados no exterior por meio de BDRs. ‘É muito mais barato e escalável do que abrir um ETF no mercado local’, diz Cristiano Castro, diretor da BlackRock.
Regulamentados em 2020 e abertos ao público geral em 2021, os BDRs de ETFs se proliferaram rapidamente no mercado brasileiro, com 258 ofertas, número que supera em mais que o dobro o de ETFs listados localmente. Desses, 153 pertencem à BlackRock. A gestora argumenta que os BDRs de ETFs têm uma estrutura mais eficiente do que ETFs listados localmente, com custo menor para o investidor.
Já o BIVB39, um BDR que segue o índice S&P 500, custa 0,03%, acrescido de uma taxa de custódia da B3 e outra incidente sobre o valor dos dividendos. Considerando um dividend yield de 1% do S&P 500, a taxa final seria entre 0,05% e 0,06% ao ano, estima Castro. No entanto, a demanda ainda patina, com apenas 0,5% dos 5,1 milhões de CPFs cadastrados na bolsa investindo nesse tipo de fundo.
A falta de liquidez no mercado local é compensada pelos market makers, que acessam o produto original no exterior para viabilizar a negociação na B3. Há ainda uma terceira camada de liquidez, possibilitada pela criação e destruição de cotas pelos gestores dos ETFs. Devido à atuação como market maker, o investidor tem acesso a uma gama diversificada de produtos oferecidos, como fundos negociados globalmente e ETFs de renda variável.
O mercado de ETFs no Brasil está em crescimento, com o número de ofertas aumentando, mas ainda há muito a ser feito para torná-lo mais ativo. Com a entrada de novos players e a expansão da oferta de produtos, há esperança de que o mercado tome impulso da oferta e se torne mais diversificado, com produtos mais transparentes e escaláveis.
Fonte: @ NEO FEED