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A Baixa dos Sapateiros: Uma História de Decadência

Moradores reclamam perda de importância do comércio há décadas, com prédios históricos caindo, como o Cine Jandaia. Barroquinha e adjacências perderam atração para shoppings, compras pela internet e patrimônios arquitetônicos.
A Baixa dos Sapateiros, local icônico da cidade do Rio de Janeiro, encontra-se em estado de degradação, deixando a marca de sua presença nas lembranças de muitos. A região, que foi lar da lendária Mulher de Roxo, sofreu um processo de abandono desde meados dos anos 1970, devido ao surgimento de shoppings e à diminuição das linhas de ônibus, que contribuíram para a perda de sua relevância como centro de compras. Além disso, a degradação do patrimônio arquitetônico também desempenhou um papel importante nessa transformação negativa.
A degradação da Baixa dos Sapateiros não é um processo isolado. Em todo o Brasil, regiões históricas estão enfrentando um destino semelhante, marcado pela decadência e deterioração. A diminuição da atração turística e o aumento da competição por recursos econômicos têm contribuído para essa tendência. Entretanto, a campanha Carta do Centro Histórico – Preservar para Perpetuar, liderada pelos moradores da região, busca reviver a Baixa dos Sapateiros como um local vibrante e atraente. Essa iniciativa destaca a importância de preservar o patrimônio histórico e cultural da região, protegendo a degradação irreversível que ameaça a identidade da Baixa dos Sapateiros.
Tendências de degradação desafiando comércio de Salvador
A Baixa dos Sapateiros é um local emblemático no Centro Histórico da capital baiana, que desde décadas passa por uma fase crítica de decadência. O comércio popular, que outrora era o mais forte da cidade, tem visto suas lojas fechando as portas, enquanto patrimônios arquitetônicos importantes, como o Cine-Teatro Jandaia, estão se deteriorando. Além disso, moradores reclamam da violência e da presença de usuários de drogas, tornando a área cada vez mais desolada.
Desafios diários para os moradores e comerciantes
Maricélia Santos de Oliveira, presidente da Associação dos Empreendedores da Baixa dos Sapateiros Barroquinha e Adjacências (Albasa), expressou sua preocupação diante da situação. Ela mencionou que, na última década, 100 das 300 lojas da Baixa dos Sapateiros fecharam, deixando apenas 200 lojas abertas, incluindo os boxes dos shoppings. Além disso, a conta não inclui os shoppings em si.
A decadência urbana e sua impacto
As reclamações mais frequentes de moradores e comerciantes da Baixa dos Sapateiros são as lojas fechadas e a degradação urbana. Este cenário está agravando-se cada vez mais, tornando a situação extremamente preocupante. A pandemia de covid-19 agravou ainda mais a situação, com 40% das lojas fechando durante o surto.
Lembranças do passado
Adalberto Borges, advogado, professor, escritor e cantor, lembra do apogeu da Baixa dos Sapateiros. Ele menciona que o comércio popular era o mais forte da cidade e que as lojas da Baixa dos Sapateiros eram conhecidas por suas vitrines e compras. Ele lamenta dizendo que agora o movimento está muito baixo, a criminalidade está afastando as pessoas e a maior parte dos locais está degradada.
Acreditação na revitalização
Solange Santos, 70 anos, que trabalhou por 17 anos em seis lojas da Baixa dos Sapateiros, não acredita que a revitalização seja capaz de resolver o problema. Ela lembra do movimento intenso e das promoções, mas agora as pessoas preferem comprar perto de casa para não precisar ir para o centro, tornando a Baixa dos Sapateiros cada vez menos atraente.
Importância da preservação do patrimônio
A degradação da Baixa dos Sapateiros não se limita à perda de comércio, ela também afeta o patrimônio arquitetônico da cidade. A falta de preservação desses patrimônios pode levar à perda da identidade cultural da cidade, tornando-a cada vez mais homogênea.
Fonte: @ Terra