Síndrome Genital Inquieta

Médicos ceifaram sintomas da paciente de 35 anos, que sofria dor semelhante a uma picada de alfinete, especialmente por não apresentar histórico de doença, após exames como ultrassonografia abdominal, ressonância magnética da região pélvica.

A síndrome de Restless Genital Syndrome (SGR) é um distúrbio sexual raro que afeta principalmente as mulheres, caracterizando-se por sensações desagradáveis na região genital, como formigamento, coceira e até orgasmos espontâneos. Na maioria das vezes, a síndrome SGR apresenta-se de forma súbita e pode ser acompanhada por dor e desconforto na região pélvica, tanto durante o dia quanto à noite.

As causas da síndrome SGR ainda não foram completamente esclarecidas, mas algumas teorias apontam para a relação com o sistema nervoso central e o estresse. Alguns casos de síndrome SGR podem ser associados a condições médicas subjacentes, como a síndrome de Restless Leg Syndrome (RLS) e a síndrome de Sjögren, e podem requerer tratamento médico adequado para síndrome SGR. Esse distúrbio não é consequência de infecções sexualmente transmissíveis, e nem é uma manifestação de síndrome de Klüver-Bucy.

Sintomas semelhantes à ‘síndrome’ em mulheres

Ela declarou sentir desconforto e uma dor dor semelhante a uma ‘picada de alfinete’ na área específica do corpo. O desconforto, segundo a mulher, piorava à noite e não a deixava dormir. Os sintomas começaram a afetar sua vida diária e progrediram até o ponto em que se espalharam para as duas pernas, impossibilitando-a de realizar suas atividades usuais. A paciente também passou a ter orgasmos espontâneos sem qualquer estímulo. Os sintomas levaram os médicos da Universidade Bahçeşehir, em Istambul, a realizar uma série de exames, especialmente por ela não apresentar histórico de doença. Ela, então, acabou recebendo o diagnóstico de síndrome genital inquieta (SGR).

Os médicos realizaram exames neurológico, no cérebro e de sangue, além de ultrassonografia abdominal e ressonância magnética da região pélvica. Eles concluíram que se tratava da síndrome após os resultados saírem normais. Pouco conhecida, o distúrbio se assemelha à síndrome das pernas inquietas (SPI), que provoca sensação de dormência e formigamento nas pernas, provocando um impulso incontrolável de movê-las. Os sintomas ocorrem principalmente quando o indivíduo está deitado, ou seja, à noite.

O caso também foi citado no Cureus, jornal de ciências médicas dos Estados Unidos. Segundo os médicos, ‘pessoas com SGR apresentam sintomas semelhantes aos da SPI, incluindo dificuldade em expressar sensações e uma compulsão por fricção genital’. Dessa forma, pacientes com SGR ‘podem descrever sensações semelhantes ao orgasmo iminente, sem desejo ou estimulação sexual, enquanto outros relatam sintomas como formigamento, queimação ou dor’. Aos médicos, a paciente explicou que ter um orgasmo não a ajudou no alívio do formigamento. Apesar de passar por consultas neurocirúrgicas e ginecológicas, bem como de fisioterapia e reabilitação, a mulher não conseguiu dar fim aos sintomas. Isso fez com que ela ficasse ansiosa, deprimida e incapaz de se concentrar em alguma atividade.

Os profissionais esclareceram que o distúrbio afeta predominantemente as mulheres. ‘No entanto, há entendimento insuficiente sobre seu início, frequência e distribuição de gênero’, pontuaram. Eles – que ainda citaram o caso de uma pessoa que sofreu com a condição por 11 anos antes de receber um diagnóstico – só conseguiram reverter os sintomas com medicamentos usados para tratar a própria síndrome, com dosagens sendo gradualmente aumentadas até a diminuição dos sinais. ‘A paciente permanece atualmente sob vigilância contínua do tratamento. Embora não haja um protocolo de tratamento estabelecido, foi prescrito a nossa paciente um medicamento normalmente usado para SPI devido ao mecanismo subjacente suspeito, resultando em efeitos benéficos’, concluíram.

Fonte: @ Hugo Gloss