Saúde
O IBGE: mortalidade e câncer no Brasil avançaram 7,7% em quatro anos
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Doenças crônicas agravam mortalidade no Brasil devido à desigualdade em diagnósticos e transição demográfica.
As neoplasias malignas continuam a afetar milhares de brasileiros, destacando-se o câncer como uma das principais causas de morte no país. A doença é responsável pela perda de muitas vidas, especialmente entre os idosos e aqueles com histórico de tabagismo.
A relação entre o câncer e a tabagismo é um tópico frequente em estudos de saúde pública. A atividade tabagística é conhecida por aumentar significativamente o risco de desenvolvimento de certas neoplasias malignas. A diferença na mortalidade por câncer nos diferentes estados brasileiros é uma área de estudo que merece atenção, pois pode ajudar a entender melhor a relação entre fatores de risco e a ocorrência da doença.
Mortalidade por Câncer: Aumento Exponencial no Brasil entre 2019 e 2023
As estatísticas alarmantes indicam que as mortes por câncer aumentaram 7,7% no período de 2019 a 2023, tornando-se uma das principais causas de óbito no Brasil. Essa tendência se alinha com o envelhecimento da população brasileira, que avança a passos largos em comparação a outros países. De acordo com o analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, esse crescimento é diretamente relacionado ao aumento da expectativa de vida e à transição demográfica do país.
Transição Demográfica e Epidemiológica: Doenças Não Transmissíveis no Poder
A expectativa de vida ao nascer chegou a 76,4 anos em 2023, enquanto a taxa de fecundidade total caiu para menos de dois filhos por mulher. Esse cenário reflete a transição demográfica e epidemiológica do país, onde doenças não transmissíveis agora suplantam, em número de óbitos, condições infecciosas que antes dominavam o panorama. As neoplasias malignas, por exemplo, tiveram crescimento em todas as faixas etárias, mas o impacto é mais evidente nos idosos.
Desigualdades no Acesso à Saúde: O Impacto das Causas Externas
O impacto das causas externas, como violência e acidentes, expõe desigualdades marcantes na saúde brasileira. Entre homens pretos ou pardos, por exemplo, a taxa de mortalidade por causas externas até os 44 anos é 2,7 vezes maior que entre homens brancos. Já entre as mulheres, as disparidades se manifestam em doenças crônicas: mulheres brancas apresentam maior mortalidade por câncer entre 30 e 69 anos, enquanto doenças do coração são mais frequentes nas pretas e pardas.
Desafios Regionais e Econômicos na Infraestrutura de Saúde
A infraestrutura de saúde também apresenta desafios regionais e econômicos. Embora haja um aumento de 30% no número de tomógrafos entre 2019 e 2023, a distribuição desses equipamentos permanece desigual. Estados como o Acre e Roraima têm índices muito inferiores à média nacional, dificultando diagnósticos precoces de doenças como o câncer. Além disso, houve uma redução de 19,3% nos leitos hospitalares da rede privada.
Impacto das Infecções e da Pandemia de Covid-19
Doenças respiratórias, como gripe e pneumonia, continuam sendo causas frequentes de morte no Brasil, especialmente entre idosos e crianças. Entre 2019 e 2023, a covid-19 também deixou sua marca na mortalidade geral, causando um aumento expressivo de óbitos por doenças virais, que cresceram mais de 5.900% no período analisado. O relatório destaca que a pandemia não só sobrecarregou o sistema de saúde, mas também atrasou diagnósticos e tratamentos de outras doenças.
Fonte: @ Veja Abril