Finanças
Mercado de ações recupera os 130 mil pontos
Saldo do Dia: Comentários vindo do mercado financeiro ajudaram a bolsa a cravar a primeira alta da semana, após queda acelerada.
No mercado financeiro, os investidores contam com o auxílio de diversas ferramentas para tomar decisões informadas. Nesse sentido, o índice de preços básicos de materiais e serviços da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é altamente divisor de águas para eles.
Porém, em alguns momentos, o índice sofre com as pressões de uma inflação mais acelerada na prévia de outubro e sob as incertezas em relação ao quadro fiscal brasileiro. Isso causa uma perda de confiança dos investidores, que acabam se afastando do mercado.
Mercado Financeiro: Um cenário de expectativas
O ministro Fernando Haddad busca acalmar os ânimos do mercado, afirmando confiança no arcabouço fiscal e destacando a preparação do Brasil para qualquer cenário advindo das eleições nos Estados Unidos. Em consonância, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parece concordar com a perspectiva otimista, mencionando que o Brasil está acima da média em comparações internacionais. Dessa forma, a reação negativa do mercado, especialmente com relação aos ativos locais, poderia ser considerada exagerada. Tal afirmação pode contribuir para o impacto das declarações no mercado, especialmente quando já há uma grande depreciação.
Neste contexto, qualquer gatilho, por menor que pareça, se torna relevante, tornando-se o sinal que os investidores aguardavam para travar as compras. Posteriormente, o Ibovespa pega fôlego o suficiente para fechar com alta de 0,65%, voltando ao patamar dos 130 mil pontos. Aos 130.067 pontos, o índice ainda acumula queda de 0,33% na semana, de 3,07% no ano e 1,33% no mês. O baixo giro financeiro sugere menos interesse na renda variável local. O volume financeiro foi de R$ 13,5 bilhões, abaixo da média diária de R$ 16,6 bilhões registrada nos últimos 12 meses. Parte dessa redução nas negociações pode ser explicada pela saída de capital estrangeiro da B3. Em outubro, esse público já tirou mais de R$ 3 bilhões da bolsa. Com ações das maiores empresas da bolsa do lado positivo, como Petrobras, Vale e Itaú, o índice reagiu ao mau humor visto nos últimos cinco pregões. Assim como a bolsa, o dólar e os juros também reagiram favoravelmente ao mercado brasileiro nas horas finais do pregão de hoje.
O dólar comercial recuou 0,52% hoje. Vendida a R$ 5,69, a moeda sobe 4,51% no mês e 17,31% no ano. O real vem sendo pressionado pela alta de juros nos Estados Unidos, além do risco constante de um desequilíbrio fiscal. Como disse Campos Neto, o mercado tem sido bastante reativo em relação aos prêmios de risco, indicando que estão demasiadamente pessimistas com o Brasil. As taxas de contratos de Depósito Interbancário para vencimentos de 2024 a 2034 vêm ascendendo com maior velocidade desde o mês passado. Assim como nos Estados Unidos, houve descompressão na curva de juros com redução das taxas. Como país emergente, os juros por aqui precisam se ajustar para se manter atrativos frente aos títulos americanos, considerados os mais seguros do mundo.
Se no Brasil o risco fiscal e a inflação tem sido os principais motivos para aumento dos juros, nos Estados Unidos eles estão ligados à eleição e dados recentes da economia. Para uma parte do mercado, o risco fiscal que um novo governo do candidato Donald Trump pode trazer vem sendo incorporado nas negociações. A dívida pública americana vem subindo e o desequilíbrio fiscal pode avançar com mais rapidez numa nova gestão do republicano, que promete corte de impostos mais agressivos. O magnata também é visto como uma opção com políticas mais protecionistas e inflacionárias. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI)
Fonte: @ Valor Invest Globo