Educação
Medicalização da vida: A Medicina no Vestibular 2025, para Quem?
Segundo dia de prova da segunda fase teve ainda questões discursivas de linguagens educacionais e tecnologias para escolas estaduais.
A medicina tem sido um dos setores mais dinâmicos da sociedade, com avanços significativos em técnicas de medicinação e tecnologias de diagnóstico. A discussão sobre a medicalização da vida, no entanto, revela a complexidade da relação entre o poder médico e a sociedade, questionando a quem interessa a expansão da medicina em diferentes áreas da vida.
A prescrição médica é um dos principais focos da discussão, pois muitas vezes ela é vista como um instrumento de controle social. Por exemplo, a prescrição de medicamentos para o tratamento de doenças psiquiátricas tem sido objeto de críticas por parte de alguns setores, que consideram que ela pode ser usada para silenciar a oposição. Essa crítica não é apenas dirigida aos médicos, mas também às políticas públicas que priorizam a medicina em detrimento de outras abordagens. A médica Dra. Maria da Graça, especialista em psiquiatria, destaca a importância de um diagnóstico integral, que considere não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e emocional do paciente. “A medicalização da vida pode ser visto como uma forma de controlar a população, mas também pode ser uma ferramenta para promover a saúde e o bem-estar”, afirma.
Desenvolvimento de Texto em Vestibular da Unesp
O tema facilitou o desenvolvimento do texto, na avaliação da candidata Beatriz Lima Cadmo, 18 anos, estudante da Escola Estadual Cecília Meireles, de São Carlos. Sua argumentação seguiu os textos e charge de apoio da Vunesp, enfatizando a necessidade de uma abordagem crítica na prescrição medicamentosa, evitando diagnósticos equivocados e medicinação desnecessária. A medicina, como uma ciência em constante evolução, pressupõe a utilização de tecnologias para melhorar os diagnósticos e tratamentos, mas é fundamental garantir que esses recursos sejam utilizados de forma responsável e ética, evitando a medicinação desnecessária.
A gênese do problema reside na forma como a sociedade, muitas vezes, pressiona a medicina para encontrar soluções rápidas e eficazes para os problemas de saúde, sem considerar as consequências a longo prazo. Isso pode levar a uma medicina mais focada na resolução imediata dos sintomas, em vez de abordar as causas subjacentes dos problemas de saúde. A medicina, como uma profissão, deve ser guiada por princípios éticos e morais, garantindo que a prática médica seja sempre baseada em evidências científicas e não em interesses comerciais.
A segunda fase do Vestibular 2025 da Universidade Estadual Paulista (Unesp) é aplicada em dois dias, com a segunda parte realizada no terceiro domingo (15). Os candidatos responderão 24 questões discursivas das áreas de ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia), ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, física e química) e matemática e suas tecnologias.
A prova de linguagens foi considerada fácil pelos candidatos que prestaram em Araraquara (SP). Lívia Garibaldi, 18 anos, que tenta uma vaga de zootecnia, e Guilherme Mendes, 18, que tenta uma vaga de direito, revelaram uma realidade difícil para a preparação do vestibular. A falta de professores qualificados, aulas vagas e itinerários deficientes são alguns dos desafios enfrentados por estudantes de escolas públicas, como a ETEC Anna de Oliveira Ferra, de Araraquara.
A abstinência no primeiro dia da segunda fase da Unesp foi marcada por questionamentos sobre a aplicação de tecnologias na medicina, destacando a importância da educação médica em novas tecnologias e do diagnóstico equivocado.
Fonte: © G1 – Globo Mundo