Saúde
Jogos de Azar com Potencial de Vício: Comissão Lancet Classifica Riscos
Especialistas apontam que 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes tiveram contato com jogos de azar virtuais e jogos, causando problemas de saúde pública e dependência.
O Estado brasileiro busca coordenar e regulamentar os jogos de azar em seu território para minimizar os riscos, bets de apostas, ao estilo de um jogo de azar virtual, não devem ser esquecidos como potenciais fatores de dependência.
As apostas online e jogos de azar virtuais são uma ameaça à saúde pública com potencial de atuar como fatores viciantes e prejudiciais, como o álcool e o tabaco, não se deve esquecer que a regulação desses jogos virtuais é fundamental para mitigar seus impactos.
Um alerta sobre o impacto dos jogos de azar
A Comissão Lancet, conhecida por sua contribuição para a medicina e a saúde pública, lançou um editorial e uma série de artigos que destacam a necessidade de abordagem coordenada e eficaz para lidar com o problema crescente dos jogos de azar, especialmente em sua forma virtual. Com jogos de azar, muitas pessoas se tornam vítimas de dependência, levando a sérios problemas de saúde mental e financeira.
A análise da Comissão aponta que a exposição aos jogos de azar, especialmente nas plataformas online, tem uma capacidade de viciar que pode ir além do controle dos usuários. O uso constante de celulares e a natureza viciante dos jogos de azar podem levar a uma dependência, afetando não apenas os usuários, mas também os relacionamentos familiares e conjugais. Além disso, a dependência pode levar a problemas financeiros graves, incluindo a dívida e o comprometimento do orçamento.
Um dos principais pontos destacados pela Comissão é a necessidade de tratar o jogo como uma questão de saúde pública, semelhante ao tratamento dado ao álcool, ao tabaco e a outras substâncias prejudiciais à saúde. Isso inclui a implementação de políticas e regulamentações eficazes para prevenir e mitigar os danos causados pelo jogo, especialmente entre os jovens e os grupos vulneráveis.
Os dados reunidos pela Comissão são alarmantes. Cerca de 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes já tiveram contato com plataformas de jogos de azar, com cerca de 1,4% dos adultos sendo considerados jogadores patológicos. No entanto, a preocupação vai além desse número, pois a exposição constante e o potencial de viciar dos jogos de azar configuram um cenário preocupante, especialmente quando se considera o impacto nos adolescentes.
A Comissão também destaca a importância da regulamentação dos jogos de azar virtuais, que estão liberados em mais de 80% dos países do mundo. A falta de controle e a exposição de crianças e adolescentes aos efeitos negativos são um problema que precisa ser abordado. A Comissão recomenda a estabelecimento de idade mínima para o uso e a implementação de medidas para garantir a identificação obrigatória dos usuários.
A questão dos jogos de azar é complexa, envolvendo tanto os interesses econômicos quanto a saúde pública. A Comissão Lancet alerta para a necessidade de separar esses interesses, priorizando o zelo pelo usuário e a saúde pública. A regulamentação deve ser eficaz e deve considerar a criação de um órgão regulador independente.
O impacto dos jogos de azar é global, e a Comissão Lancet sugere que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incorpore o tema em seu plano de trabalho e que a Assembleia Mundial da Saúde considere criar uma resolução sobre as dimensões da saúde pública impactadas pelo jogo. Esse é um passo crucial para abordar o problema de forma coordenada e eficaz.
Fonte: @ Veja Abril