Finanças
Dólar encerra em alta, a R$ 5,70, maior nível em dois meses e meio
Indicadores econômicos chineses superaram as expectativas em setembro, mas desequilíbrios persistem, afetando commodities e aumentando riscos fiscais.
Os investidores estão cada vez mais preocupados com os riscos fiscais, o que está influenciando a valorização do dólar. A percepção de que a economia americana está crescendo mais rapidamente do que outras economias, como a brasileira, também contribui para a valorização da moeda americana. Além disso, os investidores estão buscando segurança em ativos tradicionalmente considerados de baixo risco, como o dólar, como uma forma de proteger suas carteiras contra a volatilidade nos mercados de commodities.
Até o final da sessão de negócios, o dólar ameaçava quebrar a barreira dos R$ 5,70, o que não aconteceu, mas o valor da moeda americana subiu significativamente. A valorização do dólar também afeta o poder de compra do dinheiro, tornando-o mais caro para as pessoas que precisam comprar commodities, como petróleo. Isso, por sua vez, pode afetar o salário das pessoas que trabalham com esses produtos, pois o aumento do preço pode levar a uma diminuição da demanda.
Variação da Moeda e Dólar
Na última semana, o dólar sofreu uma variação significativa, registrando uma alta de 1,49% no valor da moeda. Isso ocorreu apesar da pressão exercida pelas commodities que beneficiam a moeda brasileira, como o petróleo, que continua a cair. De acordo com os dados divulgados, o preço do petróleo registrou a maior queda semanal em mais de um ano. Já em relação ao dólar, o real apresentou uma queda de 0,31% contra moedas pares, enquanto subia 0,29% contra o peso mexicano e caía 0,40% contra o rand sul-africano. Contra a lira turca, o real subia 0,30%.
O impulso do crescimento econômico na China melhorou em setembro, com a produção industrial aumentando 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas no varejo também aumentaram 3,2% em termos anuais em setembro. No entanto, os desequilíbrios na economia e a pressão descendente sobre os preços persistem, aponta Sophie Altermatt, economista do banco suíço Julius Baer.
‘O mercado aguarda medidas concretas do governo, e não somente palavras’ – afirma Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas. ‘Algumas medidas que o governo dá como certeza para aumento de arrecadação, como a incorporação de valores esquecidos em contas bancárias, podem ser no futuro contestadas no judiciário. Muitas incertezas pairam no ar.’
Ontem, a moeda americana fechou perto da estabilidade, com leve queda de 0,08%, a R$ 5,659, ainda no maior nível em dois meses e meio.
Fonte: @ Valor Invest Globo