Educação
Corte seco na língua de crianças

Crianças de 6 a 12 anos falam de forma reduzida, usando sílabas. Isso pode influenciar a formação da comunicação clara.
O que aconteceu com o corte da língua portuguesa? A perda do corte da língua portuguesa é um fenômeno generalizado em todas as faixas etárias. A tendência é que as crianças façam o corte da língua e as pessoas mais velhas não consigam mais pronunciar corretamente as palavras.
Agora, se você está procurando por roupas da mania do corte, que é uma moda recente, não está sozinho. A trend atual é usar roupas com corte de moda, mas, na verdade, está tudo errado, pois o corte da língua é um problema maior. As pessoas estão mais preocupadas em usar roupas da moda do que em corrigir o corte da língua. Enquanto isso, as crianças continuam a cantarolar as palavras com corte da língua, como se fosse uma mania de moda.
Um fenômeno linguístico: a tendência do ‘corte seco’ em crianças
A escritora Carol Campos compartilhou sua experiência com a ‘mania linguística’ em seu filho Pedro, de 9 anos. Ele gosta de tomar água de ‘cô’ e ir ao ‘cinê’, o que é um exemplo do ‘corte seco’ que tem virado ‘trend do corte seco’ no TikTok. Famílias gravam crianças falando dessa maneira e postam os vídeos nas redes sociais, muitas vezes para compartilhar a angústia de não entender as frases até o final.
Este fenômeno pode ser prejudicial para o desenvolvimento infantil, pois pode comprometer a clareza da comunicação e dificultar o diálogo. Além disso, pode afetar a formação de palavras e a fluência leitora em crianças em fase de alfabetização.
De onde veio essa ‘mania linguística’?
A professora de inglês Clarice Kumaru diz que nota que são os alunos maiores, com acesso ao celular, que acabam falando desse jeito. Ela explica que alguns youtubers e tiktokers produzem vídeos ‘infantis’ com este estilo de edição, para que os posts fiquem mais dinâmicos. ‘Se você assistir a um vídeo dos Irmãos Natu, por exemplo, vai notar esses pequenos cortes. As crianças imitam com mais exagero: já tiram a sílaba inteira’, diz a docente.
A escritora Carol Campos também percebe essa associação entre o celular e a nova mania das crianças. ‘Infelizmente, a forma de falar dos influenciadores digitais, especialmente os do Youtube, não ajuda muito. É tudo rápido e até com certo grau de agressividade’, diz. ‘E não é algo raro. Com o meu filho, acontece de ‘comer’ as palavras principalmente quando ele está nos contando algo da escola. Como me incomoda bastante, sempre o alerto.’
Os efeitos em cadeia
Um aluno, espectador assíduo de ‘shortz’ no Youtube, começa a imitar os influenciadores e a cortar a última sílaba das palavras na escola. Mesmo os amigos que não assistem aos vídeos passam a imitá-lo. O que começou em um grupinho já contagia a sala… e a escola inteira.
Consequências para o desenvolvimento infantil
A exposição excessiva a telas pode ser um fator contribuinte para o hábito de cortar sílabas. Isso pode comprometer a clareza da comunicação e dificultar o diálogo. Além disso, pode afetar a formação de palavras e a fluência leitora em crianças em fase de alfabetização.
Um estímulo cognitivo?
Se o aluno já dominar bem as habilidades de formação de palavras e fluência leitora, pode usar a brincadeira como estímulo cognitivo. No entanto, é importante lembrar que isso deve ser feito com moderação e não passar o dia inteiro falando desse jeito.
Uma reflexão sobre a influência dos meios digitais
A forma de falar dos influenciadores digitais, especialmente os do Youtube, pode não ser um modelo a ser seguido pelas crianças. A agressividade e a rapidez da comunicação digital podem ser prejudiciais para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
Uma discussão importante
A discussão sobre a ‘mania linguística’ das crianças é importante para entender as consequências dessa tendência e encontrar maneiras de estimular o desenvolvimento linguístico e da comunicação em crianças. Além disso, é necessário refletir sobre a influência dos meios digitais na linguagem e na comunicação das crianças.
Fonte: © G1 – Globo Mundo