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Coletivos literários crescem nas periferias de 10 capitais
Periferia Brasileira de Letras, pesquisa da Fiocruz, revela resultados inéditos de coletivos literários, editoras independentes, oficinas de escrita em bibliotecas comunitárias e batalhas de rima.
No que diz respeito a atividades literárias em áreas periféricas, percebe-se um conjunto diversificado de coletivos que lançam mão de diversas estratégias. Entre essas, destaca-se a organização de atividades de contação de história, como saraus, de forma a aproximá-las aos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Em sua segunda edição, o levantamento em questão visa expandir o alcance da pesquisa, alcançando uma abrangência mais ampla e profundidade maior. Coletivos como o Juremas, membro da Rede PBL em Macapá, destacam-se ao colaborar com outros grupos, como o Coletivo Fostxig, na Aldeia do Manga em Oiapoque, promovendo o intercâmbio de conhecimentos. A importância dessas iniciativas encontra respaldo em eventos literários de envergadura, como as batalhas de rima, que acabam por fortalecer uma rede de coletivos, tornando-as mais resilientes.
Coletivos Literários: Crescimento Exponencial na Periferia Brasileira
A Periferia Brasileira de Letras (PBL) revela dados preliminares surpreendentes, apontando um crescimento de 36% nos coletivos literários em pelo menos dez periferias de capitais brasileiras. A segunda edição do levantamento, realizado pela Fiocruz, captura dados até 03 de novembro. Neste contexto, a PBL mapeou 169 coletivos literários em 2022, enquanto em 2024, o número já é de pelo menos 230, até o momento.
A PBL considera como coletivos literários iniciativas como saraus, batalhas de rima, grupos de contação de história, bibliotecas comunitárias, editoras independentes, e outros tipos de ajuntamentos literários atuantes nas periferias. Companhias de teatro de rua, oficinas de escrita, entre outros, também entram na conta.
O mapeamento inclui uma etapa qualitativa, com entrevistas, que não havia no levantamento anterior. Até agora, os 14 coletivos que integram a PBL realizaram 112 entrevistas, com 230 pessoas. Os coletivos mapeados receberão certificados, um documento estratégico para captação de recursos públicos.
‘Acreditamos que o certificado pode ser utilizado como instrumento de portfólio para fortalecer na disputa por editais’, diz Mariane Martins, coordenadora da PBL. O certificado não só reconhece a importância dos coletivos literários como também os ajuda a se estabelecer como atores legítimos na disputa por recursos públicos.
A Fiocruz, com sua experiência em saúde, identifica no coletivos literários um novo modelo de participação social. As batalhas de rima e outras atividades literárias são mais do que apenas um entretenimento; elas representam uma conexão real entre literatura e saúde. Coletivos literários participam de questões sociais, como feminismo, racismo, e contribuem para uma participação ativa na sociedade.
Para cadastrar coletivos literários, acesse o site da PBL. Com a PBL, a literatura não mais é vista como um nicho elitista, mas sim como uma ferramenta para a transformação social.
Fonte: @ Terra