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A seguradora de dívidas, o leilão dos títulos do Tesouro

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Remuneração dos títulos atrelados à inflação atinge máxima desde Dilma. Investidores buscam proteção do pós-fixado em leilão de títulos com alta taxa de juros, dívida pública, política monetária, gastos públicos.

A dívida pública brasileira continua a ser um tema complexo e delicado no cenário econômico. A pressão do mercado financeiro é constante, demandando condições mais favoráveis para o investimento em títulos do Tesouro Nacional. Isso se reflete nos leilões, onde os compradores exibem uma cautela crescente em relação à dívida, principalmente aquela atrelada à inflação.

Na ocasião do leilão realizado na terça-feira, 3 de dezembro, os preços dos títulos com vencimentos em 2027 e 2032 foram um claro indicador disso, apresentando taxas de juros superiores a 7% ao ano, mais a variação do IPCA. Essa tendência demonstra que o mercado está exigindo uma compensação maior para lidar com o risco associado à dívida. Em um cenário de alta inflação, essa é uma realidade que não pode ser ignorada, sob pena de comprometer a credibilidade do governo perante o mercado financeiro.

Aumento Sustentado da Dívida Reflete Crise Fiscal

A taxa de juros mais alta foi registrada no título com vencimento em três anos, atingindo 7,33%, 29 pontos-base superior ao leilão anterior, realizado há duas semanas. Este patamar é o mais alto desde a crise política em 2016, quando a taxa de juros chegou a 7,83%. A piora na precificação dos títulos ocorreu após o governo apresentar um pacote de corte de gastos que não conseguiu acalmar os investidores sobre a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo. A percepção de risco resultou em preços mais altos para novas emissões de títulos, refletindo a expectativa de que a dívida aumentará acentuadamente.

Enquanto o pessimismo com as contas públicas impulsiona os preços dos títulos indexados e pré-fixados, a procura por títulos pós-fixados segue firme, com forte demanda no leilão desta terça-feira, 3. A taxa do título pós-fixado com vencimento em três anos saiu ligeiramente abaixo do consenso, em CDI + 0,04%. A busca por títulos pós-fixados é plausível, dada a crise de credibilidade que temos vivido na questão fiscal e que impacta a colocação dos títulos do Tesouro’, afirma André Leite, economista-chefe da TAG Investimentos. Os títulos pós-fixados são considerados menos arriscados, já que os indexados e pré-fixados têm maior exposição à marcação a mercado, o que pode acarretar perdas significativas caso o cenário fiscal continue piorando.

No leilão realizado na última semana de novembro, a baixa demanda fez com que nem todos os lotes de títulos pré-fixados fossem vendidos. Esse desbalanceamento na demanda coloca em risco o cumprimento do Plano Anual de Financiamento (PAF), que determina a composição da dívida pública por indexador. No início do ano, o plano previa um percentual mínimo de 24% da dívida em pré-fixados. Em setembro, a meta foi revista para 22%. Ao fim de outubro, o percentual estava em 22,12%. Com as emissões entre novembro e dezembro, mesmo após a revisão, é provável que o Tesouro termine o ano abaixo do mínimo estipulado.

Fonte: @ NEO FEED

Olá, sou Felipe Cavalcanti, um redator especializado em cobrir as complexidades do cenário político e econômico. Minha paixão está em analisar os fatos e apresentá-los de forma clara e objetiva para ajudar meus leitores a compreenderem os desdobramentos mais recentes. Gosto de mergulhar em dados e tendências, oferecendo insights sobre o que está por vir e como as decisões políticas podem impactar o nosso futuro. Estou sempre em busca de trazer a notícia com precisão e profundidade.

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