Notícias
A construção de uma sociedade inclusiva para pessoas surdas enfrenta um obstáculo significativo: o audismo.
O audismo prejudica as interações sociais e carreiras de pessoas com deficiência auditiva, limitando sua capacidade de ouvir e interferindo na comunicação em língua de sinais.
Agora, é hora de entender o que é o audismo, uma forma de preconceito que afeta a comunidade surda de maneira significativa. Aqui, a palavra-chave aparece pela primeira vez.
O audismo gera preconceito e discriminação, tornando-se um obstáculo para o pleno desenvolvimento das pessoas com deficiência auditiva. Em um mundo que valoriza a comunicação oral, os surdos são frequentemente marginalizados, enfrentando opressão em áreas como educação, emprego e saúde. Em números, cerca de 20% da população brasileira sofre de alguma forma de perda auditiva, e o audismo torna-se ainda mais prejudicial a essa parcela da população.
Audismo: A Barreira Invisível
A visão dominante de que a capacidade de ouvir é superior e essencial para uma pessoa ser considerada plenamente capaz cria uma sociedade segregada, onde as pessoas surdas ou com deficiência auditiva são marginalizadas e desvalorizadas. O audismo é uma forma de preconceito que se manifesta em diversas maneiras, desde a recusa de se utilizar a língua de sinais até a diminuição das expectativas sobre as capacidades profissionais e educacionais das pessoas surdas.
O Nascimento do Termo
O termo audismo foi introduzido pelo acadêmico Tom Humphries em 1975, em um estudo que abordou a cultura surda. Desde então, o conceito foi amplamente discutido por Harlan Lane, professor universitário de psicologia e estudioso da cultura surda e da língua gestual. Lane enfatiza que o audismo é uma forma de dominação que reestrutura a maneira como a sociedade percebe e lida com a comunidade surda, impondo padrões de comportamento e comunicação baseados na normatividade auditiva.
Formas de Audismo
O audismo pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo a recusa de se utilizar a língua de sinais, desprezar ou julgar alguém por não falar de forma oral adequada, insistir que pessoas surdas se adaptem aos padrões de comunicação dos ouvintes e diminuir as expectativas sobre suas capacidades profissionais e educacionais. O termo não se refere a pessoas que possuem uma falta de conhecimento e familiaridade com a cultura surda, mas sim àqueles que têm conhecimento e, mesmo assim, decidem ignorá-la ou contrariá-la.
Impactos do Audismo
O audismo traz consequências graves para a vida de pessoas surdas ou deficientes auditivas, afetando desde suas interações sociais até suas oportunidades profissionais. Muitas enfrentam a exclusão social, devido à suposição errônea de que são menos capazes ou inteligentes por não ouvirem. Além disso, a falta de acessibilidade em espaços públicos e privados limita o acesso à informação, resultando em desvantagens na educação e na vida profissional. O mercado de trabalho também reflete o impacto do audismo, onde as pessoas surdas muitas vezes demoram a conseguir empregos, sendo subestimadas ou não promovidas a posições de destaque. Outro efeito significativo é a supressão da linguagem e da cultura surda, onde as pessoas surdas são desencorajadas a usar a língua de sinais ou são forçadas a se adaptar a formas de comunicação que não favorecem sua plena expressão. Isso resulta não apenas em uma limitação linguística, mas também na negação de uma identidade.
Fonte: @ Nos